Sena é liberado, e brasileira sofre sem adaptação: 'Tomei muita porrada'
Paris-2024 conseguiu organizar provas completas de triatlo nesta quarta-feira (31), no que parece ser a única data possível para isso acontecer na primeira semana das Olimpíadas. O rio Sena foi liberado para banho, mas não para o reconhecimento total do percurso, e isso atrapalhou a brasileira de melhor desempenho, Djenyfer Arnold, que chegou frustrada com a 20ª colocação.
"No ano passado, quando a gente fez o evento-teste, a correnteza estava 0,4 (m/s), esse ano está 1,0 (m/s), o que é totalmente diferente do que a gente pegou. Então a gente caiu na água em uma situação extremamente diferente, ainda mais que no aquecimento eles fecharam metade da prova. Ou seja, a gente não conseguiu ir na última boia para ver como é que ia ser o retorno", explicou a brasileira.
Segundo ela, foi isso que prejudicou sua prova, já que chegou pelo trajeto errado para fazer o contorno da boia. "Quando eu fiz (o contorno), a correnteza estava jogando, e acabei entrando embaixo da boia. Fiquei presa ali, tomei muita porrada, o que fez minha natação cair muito o nivel."
Além disso, Djenyfer tomou uma punição, um "stop and go" de 15 segundos, que ela precisou cumprir na parte de corrida. Logo após a prova, ela não sabia a razão, mas suspeitava que fosse por causa desse contorno na boia. "Eu tinha esperado fazer um top 10 para trazer o melhor resultado no feminino para o Brasil, mas o 20º foi o que eu acabei conseguindo", lamentou.
Já Vittoria Lopes não teve o que reclamar da água do Sena, já que saiu da parte de natação, seu forte, em terceiro. Assim que começou no ciclismo, porém, foi uma das muitas que sofreram quedas. Como choveu bastante durante a madrugada em Paris, o piso estava escorregadio, e a brasileira caiu no asfalto.
Sua prova acabou sendo inteira prejudicada, e ela terminou em 25º. "Eu não entendi por que derrapou, juro. Coloquei a pressão baixa, não entendi", disse ela, que teve que recolocar a sapatilha perdida no tombo e depois parou três vezes para checar a pressão do pneu e perdeu segundos preciosos. Além disso, saiu reclamando de um machucado na altura da coxa esquerda, ainda escondido debaixo do macacão, e de dores nas costas.
"Eu bati na hora de entregar a bicicleta", explicou, preocupada com sua condição física para a prova de revezamento, que é a principal esperança de medalha do Brasil, programada para o dia 5.
O time brasileiro já considera que o triatlo deve dar lugar ao biatlo. Isso porque a chuva lava a cidade e joga sujeira para a cabeceira no rio, e esses detritos devem fazer a qualidade da água piorar nos próximos dias.
"Nosso relay forte, esperar que não vire do duatlo, porque tem grandes chances de virar, é o que está rolando aí. Se for triatlo, nosso relay é forte, com chance de medalha sim. No duatlo a gente perde um pouco, porque como eu, Miguel e Vitória temos pontos fortes na natação, acaba influenciando muito", explicou Djenyfer.
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