Após apoiar bomba na Palestina, israelense ganha medalha e vira pacifista

Antes das Olimpíadas, o judoca israelense Peter Paltchik postou uma mensagem em rede social apoiando jogar bombas nas faixa de Gaza. Ao ganhar o bronze olímpico, o atleta fez um discurso pacifista: afirmou que não quer "nenhum sacrifício".

Em julho, a mensagem de Paltchik foi na rede X (Twitter): ele escreveu "de mim para vocês com prazer" com legenda para uma foto de bombas que seria supostamente jogadas em Gaza. Havia hastag de "Israel em guerra" e "Hamas e Isis". Depois, ele apagou a mensagem.

Mais tarde, foi escolhido para ser porta-bandeira da delegação de Israel nos Jogos, o que gerou controvérsia.

Nesta quinta-feira, Paltchik ganhou a disputa do bronze na categoria até 100 kg em luta contra o canadense Eich Daniel. O placar chegou a registrar a derrota do israelense por uma punição - quando ele vencia a disputa por um waza-ari. Mas o VAR do judô alterou a decisão anulando a pena, e ele ganhou a luta.

Questionado sobre sua mensagem, após a conquista, Paltchik, que nasceu na Ucrânia e se naturalizou israelense, mudou de discurso.

"Eu não entendo isso, eu respeito os valores olímpicos, e o mais importante é a paz do mundo. Eu peço por isso, com todo o meu coração, eu não quero ver nenhum sacrifício, nenhum caso, não importa de qual lado. A dor é a dor, e eu espero que tenhamos dias melhores", afirmou o judoca.

Segundo Paltchik, o fato de haver uma guerra entre Israel e a Palestina gerou um clima de maior responsabilidade para ele como porta-bandeira e atleta.

"Não foi fácil, você sabe o que está acontecendo. Como você disse, eu era o guardião da bandeira, e eu senti durante toda a semana a energia nas minhas redes sociais, e todas as pessoas torcendo por mim. Pessoas até que não vieram aqui, então eu sabia que eu tinha uma grande responsabilidade", explicou.

Segundo ele, apesar disso, foi possível se concentrar só na luta. O israelense, que era um dos favoritos na categoria, havia perdido a luta nas quartas-de-final para o judoca do Azerbaijão Zelyn Kotsoien. Mas conseguiu vencer a repescagem para ter a chance do bronze diante do canadense Daniel.

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O VAR demorou para registrar a anulação da punição de Paltchik. "Foram os cinco segundos mais longos da minha vida", disse o judoca.

No ginástico do judô, no Camps de Mars, havia diversas bandeiras israelenses e podia-se ouvir os gritos do nome do país. Só em um momento uma pessoa vaiou o judoca, mas foi algo isolado.

Quando ele venceu, se juntou aos compatriotas abraçando a bandeira. Foi a primeira medalha do país na Olimpíada.

Logo na sequência, a judoca Inbar Lanir, também israelense, ficou com a medalha de prata na categoria -78kg, que era a da brasileira Mayra Aguiar.

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