Faltando ouro? Brasil está no caminho para confirmar projeção de medalhas
Do UOL, em Paris e Rio de Janeiro
01/08/2024 18h13Atualizada em 02/08/2024 14h51
O Brasil conquistou mais duas medalhas de prata nesta quinta-feira (1), nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. E isso aguçou a sensação de que ainda faltava o ouro. Bem, a sexta-feira (2) veio, e o primeiro lugar no topo do pódio não falta mais. Bia Souza, do judô, garantiu a primeira medalha dourada para o Brasil na edição atual.
A conquista dela reforça que, apesar de algumas frustrações, o Brasil não está tão desequilibrado — ainda — em relação às projeções de presença de pódio na França.
Ver Rebeca Andrade com a prata no individual geral da ginástica artística feminina é um desses casos. Ela só ficou atrás da gigantesca Simone Biles.
E por mais que falte uma medalha ali e acolá ou um lamento maior por derrota diante de algum japonês, por exemplo, também tem o lado das novidades. É o caso da prata de Caio Bonfim na marcha atlética, esporte que nunca tinha gerado medalha ao Brasil.
O que projetaram lá fora
A revista norte-americana "Sports Illustrated", uma das mais conceituadas no ramo esportivo mundialmente, fez uma previsão de 22 medalhas para o Brasil em Paris. Cinco delas seriam de ouro — e o nome de Bia Souza não estava nessa lista.
Nos resultados atuais, é possível verificar praticamente uma compensação entre frustração e surpresas.
A prata de Rebeca estava na lista, assim como o bronze do individual geral da ginástica feminina.
Até agora, a projeção para ouro não bateu com Rayssa Leal, no skate street. E aí, vale discutir o quão precisa ou otimista foi a projeção dos americanos. Rayssa é um fenômeno indiscutível, mas foi prata em Tóquio e chegou a Paris como terceira do ranking mundial. Ficou com o bronze. As japonesas, mais uma vez, ficaram com o topo do pódio.
Frustrações x novas possibilidades
Os americanos esperavam — e a gente também — que as bicampeãs olímpicas da vela, Martine Grael e Kahena Kunze, fossem ao pódio de novo (pelo menos com a prata). Mas a dupla já chegou à regata da medalha nesta sexta-feira sem chance de ganhar qualquer coisa na classe 49er FX.
Outra frustração foi a derrota de Keno Marley nas quartas de final do boxe. Era cotado para bronze, assim como a judoca Rafaela Silva. Ela parou justamente na luta que definiu o terceiro lugar.
Por outro lado, a "Sports Illustrated" não apostou na marcha de Caio Bonfim e nem no judoca Willian Lima, ambos com a prata. Para ficar no tatame, o bronze temperado de Larissa Pimenta completa a lista de surpresas.
No mais, ainda há competições em curso e boas chances de ouro do Brasil outras modalidades — inclusive nas previstas pelos gringos.
O vôlei de praia, com Ana Patrícia e Duda, é uma delas. Nesta quinta, elas venceram tranquilamente as italianas Gottardi e Menegatti, fechando a primeira fase com 100% de aproveitamento.
Bia Ferreira, do boxe, Gabriel Medina e até a seleção masculina de vôlei foram outros ouros previstos pela revista e estão vivos na competição. A situação do time de Bernardinho é mais complicada, pelo desempenho recente, apesar da classificação às quartas de final.
Nas medalhas que não estão previstas, entra a de Hugo Calderano, no tênis de mesa. Ele perdeu a semifinal, mas vai lutar pelo bronze.
E mais: projetaram em uma prata da seleção feminina de vôlei. Pelo que elas jogaram contra o Japão, dá para sonhar com ouro também.
E a comparação com Tóquio?
Martine e Kahena não são as únicas que já sabem que não repetirão o desempenho dos Jogos de Tóquio.
O futebol masculino, por exemplo, levou ouro na edição passada e nem a vaga em Paris conseguiu.
Outro desfalque, mas na lista das pratas, e o skate street masculino. Kelvin Hoefler não conseguiu repetir o segundo lugar.
O tênis encerrou participação em Paris na seca, contrastando com o bronze nas duplas femininas, com Luisa Stefani e Laura Pigossi.
O boxe também está afunilando, e o desafio é repetir o ouro de Hebert Conceição no Japão. Bia Ferreira tem chance de subir mais um degrau no pódio, evoluindo da prata em Tóquio para o eventual ouro.
A natação passa por um momento complicado em Paris, ainda na seca. Em Tóquio, foram dois bronzes. Quem sabe Ana Marcela não repita o ouro na maratona aquática para amenizar o desempenho dos esportes na água. A Sports Illustrated previu uma prata para ela.
O judô melhorou. Saiu de dois bronzes para uma prata e um bronze. E pode ser que nesta sexta-feira ainda venha alguma medalha. A chance maior é com Bia Souza.
A projeção da Sports Illustrated
Ouro
Bia Ferreira (boxe - 60 kg)
Rayssa Leal (skate - street) -- Ganhou bronze
Gabriel Medina (surfe)
Seleção masculina de vôlei
Ana Patrícia e Duda (vôlei de praia)
Prata
Marcus D'Almeida (tiro com arco)
Wanderley Pereira (boxe - 80 kg)
Rebeca Andrade (ginástica) - 3 (individual geral, salto e trave) -- já confirmou no individual
Martine Grael e Kahena Kunze (vela - 49erFX) -- terminou sem medalha
Ana Marcela Cunha (maratona aquática)
Seleção feminina de vôlei
Bronze
Keno Marley (boxe - 92 kg) - terminou sem medalha
Beatriz Soares (boxe - 66 kg) - não está em Paris
Equipe feminina de ginástica artística - confirmou o bronze
Rebeca Andrade (ginástica) - 1 (solo)
Rafael Silva (judô - +100 kg) - terminou sem medalha
Augusto Akio (skate - park)
Tatiana Weston-Webb (surfe)
Caroline Santos (taekwondo - 67 kg)
Alison dos Santos (atletismo - 400 m com barreiras)
O que eles não previram
Ouro
Beatriz Souza (judô)
Prata
Willian Lima (judô)
Caio Bonfim (marcha atlética)
Bronze
Larissa Pimenta (Judô)