Pombas queimadas na pira, padre na pista: as piores gafes das Olimpíadas
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 começaram há menos de uma semana, mas já colecionam polêmicas e gafes. Ao longo da história, as Olimpíadas tiveram momentos inusitados que ficaram eternizados.
Gafes em Paris
Bandeira olímpica de cabeça para baixo
Na cerimônia de abertura de Paris 2024, a famosa bandeira com os anéis olímpicos foi hasteada de cabeça pra baixo. A imagem rendeu memes e o erro daria início a outras gafes que aconteceriam nos Jogos.
Coreias trocadas
A cerimônia de abertura dos jogos em Paris teve uma enorme gafe diplomática. Os locutores responsáveis pela narração do evento apresentaram a delegação da Coreia do Sul como República Democrática da Coreia, o nome oficial da rival Coreia do Norte.
O equívoco motivou fortes críticas e manifestações de diferentes autoridades sul-coreanas. O vice-ministro do esporte Jang Mi-ran solicitou uma reunião com Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional) para discutir o acontecido, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul declarou que havia entrado em contato com a embaixada francesa em Seul.
Em sua conta no X, o COI se desculpou pelo ocorrido e classificou o erro como "profundamente lamentável". As duas nações seguem em conflito desde o início da década de 1950, quando se separaram em dois territórios após a Guerra da Coreia.
Sudões trocados
Assim como a Coreia do Sul, o Sudão do Sul foi vítima de erro da organização dos Jogos. A gafe aconteceu na estreia do time masculino de basquete contra a seleção de Porto Rico. No momento de tocar os respectivos hinos, o hino do Sudão foi apresentado. O erro gerou vaias e um silêncio constrangedor até que o hino correto fosse tocado.
O Sudão do Sul conseguiu sua independência do Sudão somente em 2011, depois de anos de guerra civil.
Bandeira da China ou Argentina?
Assim como a troca de hinos, diversos atletas já foram apresentados com a bandeira errada. A nadadora argentina Macarena Ceballos viu a bandeira da China ser reproduzida enquanto se encaminhava para a piscina na etapa classificatória dos 100 metros nado peito.
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Quero receberNa ocasião, Macarena parou por alguns instantes olhando para a bandeira e seguiu o caminho com um semblante constrangido. Após repetir a bandeira da China para a atleta seguinte —que não era chinesa— a organização parou de ilustrar as bandeiras no telão até que o problema fosse corrigido.
Intervalo de 2 horas em jogo de futebol
A estreia das seleções da Argentina e do Marrocos rendeu outra gafe olímpica: após um gol argentino no último minuto dos 16 da prorrogação, torcedores marroquinos invadiram o campo provocando a saída dos adversários e forçando a interrupção da partida.
Depois de duas horas de pausa, os atletas voltaram ao campo e o VAR declarou que o gol foi anulado por impedimento. No final, o Marrocos venceu por 2x1.
Poluição do Rio Sena
As condições da água do Rio Sena têm sido motivo de críticas pelos atletas em Paris. A organização dos Jogos chegou a adiar treinos e provas de triatlo devido à poluição do rio, provocando questionamentos sobre o real preparo da cidade.
De acordo com os responsáveis pela decisão, a poluição do Sena estava acima dos limites considerados aceitáveis para que os triatletas pudessem realizar a etapa de natação.
A limpeza do Rio Sena era uma das principais promessas do governo francês durante a preparação de Paris para os Jogos. Dias antes do início das Olimpíadas, a prefeita da cidade Anne Hidalgo mergulhou no rio para comprovar a limpeza das águas.
Gafes históricas
Pombas queimadas na pira
A abertura dos Jogos Olímpicos de Seul, Coreia do Sul, em 1988 rendeu uma das maiores gafes da história olímpica: ao transferir o fogo da tocha para a pira, as chamas queimaram pombas brancas que haviam sido soltas como sinal de paz e pousado na borda da pira. "Pombas vivas foram soltas em cada edição dos Jogos até aqueles realizados em Seul em 1988, quando várias do bando foram atraídas para a pira olímpica e infelizmente pereceram", explicou o COI, em seu site oficial.
Falha na segurança custou medalha de ouro na maratona
O brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima foi atacado durante a maratona nas Olimpíadas de 2004 em Atenas, na Grécia. O atleta estava liderando a prova quando Cornelius Horan, um ex-padre irlandês, invadiu a pista e o agarrou.
Vanderlei voltou à prova, mas acabou em terceiro lugar. Devido ao problema, a organização dos Jogos Olímpicos presentou o brasileiro com a medalha Pierre de Coubertin, a única formada de ouro maciço e a mais alta honraria concedida pelo COI.
Troca envolvendo as Coreias aconteceu também em 2012
Nos Jogos Olímpicos em Londres, a bandeira da Coreia do Sul foi apresentada junto do time da Coreia do Norte em partida do futebol feminino contra a Colômbia.
Na ocasião, as jogadoras norte-coreanas se recusaram a entrar em campo até que a organização pedisse desculpas oficialmente.
Medalhas depois de mais de uma década
O resultado positivo para doping de adversários já renderam medalhas para atletas brasileiros. A gafe, porém, aconteceu na demora: foram 11 anos para que o COI se retratasse com os atletas dos 4x100 rasos do atletismo.
Jogos Olímpicos em meio ao nazismo
A decisão de levar as Olimpíadas para a Alemanha em 1936 pode ser considerada a falta mais grave da história. Na época, o país anfitrião era comandado pelo regime nazista de Adolf Hitler.
Tentativas de boicote não surtiram efeito e a cidade de Berlim recebeu o evento. O atleta negro Jesse Owens se tornou símbolo de resistência e se eternizou ao ganhar quatro medalhas de ouro sob os olhos de Hitler.
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