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Por que bicampeãs Martine e Kahena terminam primeira Olimpíada sem medalha

Martine Grael e Kahena Kunze em ação pela categoria 49er FX da vela, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 Imagem: Wander Roberto/COB

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/08/2024 05h30

Pela primeira vez em três Olimpíadas, as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze não ganharão medalhas. Elas até vão participar da medal race, a regata final na categoria 49er FX, mas sem chances de pódio.

Bicampeãs olímpicas na Rio 2016 e em Tóquio 2020, as brasileiras tiveram um desempenho irregular e, no somatório de pontos, passaram longe das disputas pelo topo.

Ao longo de 12 regatas, Martine e Kahena tiveram um segundo lugar como melhor resultado. Mas só na última corrida, que as levou para o oitavo lugar na colocação geral, dando a presença, meramente para cumprir tabela, na regata da medalha.

A dupla brasileira chegou no penúltimo dia em 15º no geral, e ao menos conseguiu reagir na reta final para evitar uma frustração maior.

Na quarta regata, inclusive, elas foram desqualificadas porque queimaram a largada.

Faz parte, é o esporte. Às vezes você ganha e às vezes você perde. Talvez não fosse a nossa semana. A gente sempre vai ser bicampeãs olímpicas e isso nos dá muito orgulho. Martine Grael, velejadora

Martine Grael e Kahena Kunze em regata da classe 49erFX nas Olimpíadas de Paris Imagem: Clive Mason/Getty Images

Tem explicação?

Um dos nomes famosos da família mais vencedora da vela brasileira, Lars Grael analisou o desempenho do país nos Jogos Olímpicos, especialmente as dificuldades vividas pela sobrinha.

"O desempenho do Brasil não é tão bom quanto a gente esperava. Nosso esporte depende de um fator determinante, o vento, e ele não esteve muito presente até agora. A nossa dupla campeã ainda não se adaptou. Ainda há chances matematicamente. Mas Martine Grael e Kahena Kunze são bicampeãs olímpicas. Se tem alguém que pode mudar isso são elas", disse ele, em visita a um evento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), em São Paulo.

Kahena mencionou depois da fase classificatória a dificuldade das condições da raia em Marselha. No último dia, elas se entenderam melhor com o vento sentido só de um lado.

Mas desde o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no ano passado, Martine e Kahena não ficaram nem no Top 3 das três competições principais que disputaram na classe 49er FX.

Ainda no ano passado, ficaram em 25º no Campeonato Europeu. Depois, No Mundial, em março, tiveram o melhor resultado nesse período, com o quarto lugar. Por fim, ficaram em 24º no Trofeo Princesa Sofia, na Espanha.

Ainda antes do Pan, elas participaram do evento teste das Olimpíadas, também em Marselha, a dupla brasileira ficou em segundo lugar. Mas esse resultado não será repetido.

A vela é uma das modalidades que mais trouxe medalhas para o Brasil em Jogos Olímpicos — foram 19 medalhas, sendo oito de ouro. Mas na França, está difícil aumentar esse número.

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