Sexto em Paris, Bala Loka pede um CT no Brasil para enfrentar potências

Sexto colocado no BMX Freestyle Park em Paris, Gustavo Bala Loka pediu a construção de um centro de treinamento para a modalidade no país. Pouco depois de Miguel Hidalgo dizer quer ser 10º no triatlo não mudaria sua vida, o ciclista mostrou mais otimismo.

"Ter alguém disputando medalha em grandes eventos pode ajudar o país a ter mais espaço de prática, e a partir daí ter mais atletas, e ter mais gente [competindo] que seja brasileira. É isso que eu quero fazer. É fomentar o esporte, é crescer o esporte", disse.

Bala Loka cresceu em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, e teve os primeiros contatos com o BMX em uma pista de Dirt conhecida daquela cidade, que anualmente é palco de um evento no Esporte Espetacular. O Dirt e o Park, porém, são variações do BMX Freestyle: um em terra, outro em rampas de madeira.

O jovem de 21 anos espera que seu resultado faça com que o país construa um centro de treinamento para a modalidade, equiparável ao das principais seleções do mundo.

"Eu quero chegar no Brasil e conseguir um centro de treinamento adequado, comparado com os Estados Unidos, à Inglaterra e outros países. A gente não tem um centro igual ao deles. A gente está aqui, sexto melhor do mundo, na frente da Austrália e outros países que estão entre os três melhores do mundo. Então, minha ideia é voltar para o Brasil, construir realmente um centro específico, fomentar o esporte, crescer o esporte", revelou.

Bala Loka treina em uma pista municipal da prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), no grande ABC, para onde se mudou recentemente. Diz que o local tem uma escolinha com dois ou três professores, e que novos "Bala Lokas" já estão surgindo. "Tem uma galerinha de 5 e 6 anos, tem uns de 10, são ainda pequenos, mas podem ser um Bala Loka no futuro."

Ainda que treine no ABC, o agora finalista olímpico representa a cidade de Taubaté, também no interior de São Paulo, que está, segundo ele, construindo uma nova pista.

Bala Loka tem planos ambiciosos para o próximo ciclo olímpico. Se desta vez a meta era se classificar entre as 12 vagas disponíveis (são 22 no skate, por exemplo), para Los Angeles o objetivo vai ser ganhar medalha.

Um amigo próximo já mostrou que é possível. José "Maligno" Torres Gil, argentino, foi quem deixou França, EUA, Japão e Grã-Bretanha para trás para ganhar a medalha de ouro, com uma estrutura ainda mais simples do que a que tem Bala Loka.

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"Não há outro país na América Latina que dê aos atletas o apoio que o Brasil dá", elogia o técnico de Maligno, Maximiliano Benadía.
Ele e o ciclista argentino são muito próximos do time brasileiro, tanto que a comemoração do ouro de Maligno foi conjunta.

"A gente já viajou para muitos lugares juntos, já fui pra casa dele, ele vai para o Brasil para ficar na minha. Eu estou muito feliz por ele, a gente é igual sabe? Ele veio de um começo que não foi fácil, também, e está onde está. Estou muito feliz por ele, muito feliz."

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