Contra 'Instagate', Zé Roberto blinda grupo e pede distância de rede social

Antes de começar as Olimpíadas, a seleção feminina de vôlei esteve envolvida em muita polêmica nas redes sociais:

  • Fofocas diziam que Sheilla e Gabi não estavam mais se dando bem.
  • Jogadora X deixou de seguir a Y.
  • E a jogadora Z não curtiu um post qualquer.

E tudo isso após as derrotas na fase final da Liga das Nações, quando o time teve uma ótima campanha, mas perdeu confrontos decisivos e ficou na quarta posição.

Para frear o desgaste, o técnico José Roberto Guimarães reuniu suas jogadoras e fez combinados. Sheilla, então auxiliar da seleção, não foi para Paris por motivos pessoais e o treinador explicou para o grupo que os Jogos Olímpicos são muito curtos para ficar perdendo tempo com "distrações". Era a maneira que o treinador encontrou para que as redes sociais não levassem a uma espécie de "Instagate": quando as polêmicas das redes sociais viram discussão de relacionamento e correm o risco de descambar para briguinhas internas.

"Eu pedi para elas não lerem muito, não entrarem muito em rede social. Exatamente para não serem influenciadas negativamente por isso. Porque existem pessoas que são do bem, existem pessoas que comentam ali, não gostam de tal jogadora, preferem outra", argumenta.

Zé justifica dizendo que não está proibindo nada, mas que isso é uma forma de orientação. "É um tempo muito curto e Internet é terra sem dono. Então a gente tem de tomar cuidado e filtrar isso. Nós estamos aqui para disputar os Jogos Olímpicos. Nós estamos aqui para concentrar um time, para um ajudar o outro. A gente não pode desperdiçar energia com absolutamente nada e não podemos deixar que as pessoas de fora causem isso na gente."

O treinador brasileiro não tem redes sociais. Mas com frequência pergunta para "algumas pessoas" (e ele não revela com quem conta para a missão) se está tudo bem, se tem acontecido algo fora da curva. "Tem que deixar o celular de lado, segurar um pouco. Isso é importante", diz.

Capitã do time, Gabi vem fazendo uma ótima competição em Paris e entendeu os conselhos do treinador. "Nosso time é muito blindado. Nossa preocupação é com os Jogos Olímpicos, com o que a gente vai fazer dentro de quadra. Fofocas externas não vamos acompanhar porque estamos bem focadas", avisa.

O Brasil tem duas vitórias na competição, ambas por 3 a 0, sobre Quênia e Japão. Já está classificado, mas ainda encara a Polônia para definir a primeira colocação da chave, domingo (4), às 16h (de Brasília). O treinador garante que não tem motivos para reclamar e que o grupo entendeu bem a missão que tem em Paris.

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"É uma questão de maturidade de grupos. Não vai causar problema para ninguém ficar um pouco ausente disso. E pode causar tanto benefício, pois é um momento único. Elas têm que se preocupar com o grupo, se está tudo bem, com o próximo adversário, com o que a gente estuda todo dia, com o que a gente treina todo dia", conclui.

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