Como é o 'VAR do judô' que salvou ouro de Beatriz e evitou ippon injusto

Beatriz Souza conquistou nesta sexta (2) a primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas de Paris. O caminho rumo ao lugar mais alto do pódio foi marcado por um momento tenso, no qual a arbitragem de vídeo foi fundamental para a brasileira.

Como é o 'VAR do judô'

Há três árbitros em uma luta de judô: um no tatame e dois assistindo ao embate em vídeo. Os assistentes de vídeo podem anular uma pontuação imediatamente se notarem erro, sem consulta ao árbitro principal.

Revisões mais demoradas têm um protocolo diferente. Nesse caso, o árbitro do tatame faz sinal do 'VAR' indicando uma mudança de decisão — novamente, sem que ele assista ao lance por novos ângulos.

O VAR funciona como assistente direto do árbitro principal. Quem está no vídeo possui tanta autoridade quanto o juiz que está no tatame.

A atuação do VAR no ouro de Bia Souza

Beatriz Souza contra Kim Ha-yun nas quartas de final do judô nas Olimpíadas
Beatriz Souza contra Kim Ha-yun nas quartas de final do judô nas Olimpíadas Imagem: Alexandre Loureiro/COB

Houve momento de tensão nas quartas de final diante da coreana Kim Ha-yun, atual número quatro do ranking mundial. A luta era equilibrada até que a judoca brasileira encaixou um golpe. Só que, no movimento, ela caiu de costas no tatame e a arbitragem marcou ippon para a sul-coreana. Bia não tremeu, mas os momentos de espera eram de apreensão na revisão do VAR.

Com a interferência dos árbitros de vídeo, o golpe foi dado como waza-ari para Bia. A imagem mostrou como a brasileira agarrara o quimono pelas costas da sul-coreana e usado a perna para dar o gancho e derrubá-la. O lance gerou a única pontuação da luta e, consequentemente, deu a vitória a Beatriz Souza.

A brasileira deu sequência à arrancada histórica e conquistou o ouro. Bia superou a francesa Nomane Dick, número um do mundo, na semifinal, e a israelense Romane Dick, número dois do ranking, na decisão.

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VAR já 'atrapalhou' o Brasil nas Olimpíadas

Rafaela Silva foi eliminada em sua luta contra a japonesa Haruka Funabuko por usar a cabeça em um golpe. A técnica é proibida desde de 2023 para proteger os atletas e foi detectada somente através da revisão no vídeo — demorada, demandando sinalização do árbitro principal.

Daniel Cargnin teve um ippon retirado em checagem imediata. O lance aconteceu na luta contra Akil Gjakova, do Kosovo. O golpe inicialmente favorável ao brasileiro acabou revertido a um waza-ari do rival, que avançou de fase.

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