Após perder, adversária deseja sorte a argelina no boxe: 'Foi uma boa luta'
Na tarde de hoje, a húngara Anna Luca Hamori foi derrotada pela argelina Imane Khelif nas quartas de final da categoria 66kg da competição de boxe das Olimpíadas de Paris. Após a luta, a boxeadora eliminada desejou sorte à adversária e elogiou o combate entre as duas.
Khelif foi colocada em uma polêmica após a italiana Angela Carini desistir do combate contra ela nas oitavas de final por entender que não teria condições de vencê-la, questionando a identidade de gênero da oponente, por causa de acusações feitas nas redes sociais.
Nas quartas, a húngara Anna Luca perdeu por 5 a 0, mas em nenhum momento questionou as decisões da arbitragem.
"Essa foi uma luta difícil, mas acho que consegui fazer tudo o que queria antes da luta. Acho que foi uma boa luta, estou muito orgulhosa de mim mesma e muito grata por estar aqui", disse Anna Luca. "Esta foi uma competição muito boa para mim. Este era meu sonho de infância. Estou muito feliz. Desejo boa sorte à minha oponente (Imane Khelif) e às outras", acrescentou.
Antes mesmo de entrar no ringue, Anna Luca foi questionada sobre algum tipo de preocupação em enfrentar Khelif. A húngara declarou que já conhecia a adversária e não estava interessada nos burburinhos das redes sociais.
"Eu a conheço de outras competições, mas não tivemos nenhum sparring ou lutas. Não me importo com as histórias nas redes sociais agora. Estou tentando não usar meu telefone antes das minhas lutas. Não me importo com os comentários, as histórias, o rebuliço ou as notícias", comentou Anna.
A polêmica com Khelif
A boxeadora Imane Khelif ganhou da italiana Angela Carini em 46 segundos, na última quinta (1º). A argelina desferiu fortes golpes na região do nariz da atleta europeia, que jogou a toalha, desistindo do combate por achar que não tinha condições.
Khelif é uma de duas boxeadoras que não foi aprovada em "teste de gênero" aplicado pela IBA (Associação Internacional de Boxe) em 2023. Ela foi desclassificada do Mundial de Boxe pelo resultado. A boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting, que participa das Olimpíadas, também foi reprovada. A IBA não explica em seu site o método do teste, que diz ser "confidencial", mas afirma que elas "têm vantagens comparadas com as outras competidoras".
O porta-voz do COI explicou por que um teste de testosterona não é adequado. "O teste de testosterona não é um teste perfeito. Muitas mulheres podem ter níveis de testosterona iguais ou semelhantes aos dos homens, embora ainda sejam mulheres", disse Mark Adams, porta-voz do COI, sobre o caso.
O COI diz que a IBA não é mais um órgão reconhecido como competente pelo comitê desde 2023. Um documento oficial cita que a organização de boxe apresentou falhas recorrentes relacionadas à integridade e transparência da associação, que foi acusada de manipulação de resultados e corrupção.
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