Sem Marta, Brasil faz jogo heroico, supera 19min de acréscimos e vai à semi
André Casado
Do UOL, em São Paulo
03/08/2024 18h10
Com muita emoção, o Brasil está de volta às semifinais do futebol feminino nos Jogos Olímpicos. Mesmo sem Marta, suspensa, a seleção segurou a pressão da França, da torcida local e os intermináveis acréscimos para vencer as donas da casa por 1 a 0, neste sábado (3), com gol de Gabi Portilho no segundo tempo.
Agora, o time dirigido por Arthur Elias entra de vez na briga por medalha e mede forças com a Espanha nas semifinais das Olimpíadas, na próxima terça-feira, às 16h (horário de Brasília).
Na última rodada da fase classificatória, Marta foi expulsa justamente contra as espanholas, ainda no primeiro tempo, ao levantar o pé e acertar a cabeça de Olga Carmona. O Brasil acabou derrotado por 2 a 0.
Relacionadas
Como recebeu cartão vermelho direto diante das espanholas e foi condenada pelo Comitê Disciplinar da Fifa a dois jogos de suspensão, Marta também está fora das semifinais, contra a Espanha. Mas a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai recorrer para tentar contar com a camisa 10 no próximo jogo. Caso não esteja em campo na terça, Marta poderá ainda jogar a final ou a decisão do terceiro lugar.
Como foi o jogo
O Brasil começou melhor e criou três chances nos primeiros dez minutos, explorando as duas pontas do ataque. Então em um vacilo das zagueiras brasileiras, que se chocaram pelo alto na origem da jogada, veio o pênalti para a França. Apenas quatro minutos depois da marcação é que a cobrança foi autorizada, após checagem no VAR.
Mas quem disse que pênalti é sinônimo de gol? A goleira Lorena vem provando o contrário e pegou o segundo pênalti nestas Olimpíadas, desta vez da atacante Karchaoui, mantendo o zero no placar.
Daí em diante, na primeira etapa, o Brasil se expôs pouco e soube se defender, à procura de encaixar um contra-ataque que não veio. Na ausência de Marta, a seleção não teve muita criatividade ofensiva.
A Rainha, aliás, foi filmada no estádio assistindo à partida. Não muito longe dela estava a medalhista de bronze do skate, Rayssa Leal.
Aos 39 minutos, Mbock acertou uma cabeçada no travessão e quase abriu o placar. Foi uma das raras chances claras das francesas, que dominaram boa parte das ações, mas sem objetividade.
O segundo tempo começou mais quente. O Brasil botou a bola no chão e passou a agredir mais. Aos 13, porém, foram as donas da casa que chegaram muito perto do gol, com a cabeçada de Katoto, livre de marcação, por cima da meta. Em seguida, Gabi Portilho recebeu passe na área e desperdiçou uma oportunidade claríssima ao chutar para fora.
Outro lance de perigo aconteceu quando a zagueira Tarciane assumiu a cobrança dos tiros de meta e errou uma saída que quase complicou o Brasil. Karchaoui acertou a trave ao tentar cruzar na jogada.
E, enfim, saiu o gol brasileiro! Aos 36, após um passe longo, Gabi Portilho ganhou disputa entre as zagueiras e ficou na cara da goleira para balançar as redes.
A pressão francesa aumentou, mas o Brasil mostrou a segurança e concentração que havia faltado nas duas derrotas que quase eliminaram a seleção precocemente. Mesmo com a indicação dos incríveis 16 minutos de acréscimos, que viraram 19 no total, a equipe segurou o resultado e soltou o grito no fim.
Gol e destaques
Paredão Lorena: a goleira do Brasil pegou um pênalti, logo aos 15 minutos, no canto direito. Foi a sexta das últimas sete cobranças que a jogadora do Grêmio defendeu. Impressionante!
Apreensão da Rainha: a transmissão oficial dos Jogos de Paris registrou a imagem de Marta algumas vezes. A camisa 10, suspensa, mostrava muita apreensão com o jogo decisivo.
Que chance perdida! Gabi Portilho perdeu, aos 17 minutos do segundo tempo, a grande chance de colocar o Brasil nas semifinais, chutando para fora, mesmo livre de marcação.
1x0 - Mas não fez falta, porque a própria Gabi fez o gol que seria o da vitória do Brasil! Em grande arrancada
16 minutos de acréscimo? O jogo até parou algumas vezes, mas não teve muita justificativa para os 16 minutos de acréscimo que árbitra deu. E que, no fim, foram 19 por conta de mais paralisações. O Brasil, mesmo assim, segurou a pressão e garantiu a vitória.