Recorde de Cielo sobrevive. E finalistas olímpicos lembram dos supermaiôs

O print de César Cielo foi renovado: mais uma vez, o recorde mundial dos 50m livre sobreviveu a uma final olímpica. Já foram quatro, desde que ele estabeleceu a marca em dezembro de 2009, no Campeonato Brasileiro de Natação, em São Paulo.

20s91 é o número mágico. Um tempo que continua inalcançável. Na sexta-feira (2), o australiano Cameron McEvoy terminou a prova em 21s25, a 0s34 da marca do brasileiro. Uma eternidade na prova mais rápida da natação.

Mas, até quando o recorde de Cielo vai durar? E qual o tamanho da façanha do único nadador brasileiro campeão olímpico?

O UOL conversou com três finalistas da prova de sexta-feira, em Paris. Todos reconheceram a dificuldade de bater o recorde, mas também lembram um fator importante: ele foi obtido com os trajes tecnológicos —também conhecidos como supermaiôs— que aumentavam a flutuabilidade, davam vantagem competitiva e foram banidos dias depois do recorde, em janeiro de 2010.

Australiano Cameron McEvoy celebra após conquistar o ouro nos 50m livre nos Jogos de Paris-2024
Australiano Cameron McEvoy celebra após conquistar o ouro nos 50m livre nos Jogos de Paris-2024 Imagem: Quinn Rooney/Getty Images

"É um recorde realmente difícil. É um dos antigos. É um dos únicos que ainda permanece do tempo dos trajes tecnológicos. Então, sim, é um recorde realmente difícil porque não há margem. É uma prova de 50 metros, não há espaço para qualquer erro, então é isso que torna tão difícil", disse o canadense Josh Liendo, quarto colocado na prova.

"É muito difícil de quebrar, porque o traje antigo costumava ser muito eficaz na água, especialmente para pessoas grandes. Então, em 2009, todos os atletas começaram a treinar para se tornarem mais fortes e também mais rápidos", acrescentou o italiano Leonardo Deplano, que terminou em sétimo.

O grego Kristian Gkoolomeev, sexto na prova destas Olimpíadas, também lembrou dos trajes tecnológicos ao falar da marca de Cielo. "É um recorde muito forte: 20s91, é incrivelmente rápido, muito rápido mesmo. É muito difícil quebrar esse recorde mundial em uma final olímpica", analisou.

Caeleb Dressel, dos Estados Unidos, já nadou duas vezes em 21s04
Caeleb Dressel, dos Estados Unidos, já nadou duas vezes em 21s04 Imagem: Clive Rose/Getty Images

Até quando vai durar?

Da mesma forma que os três finalistas concordam que o recorde de Cielo é de altíssimo nível — ainda que com a ressalva dos trajes tecnológicos —, eles também estão de acordo em outro ponto: já há nadadores capacitados para superar o brasileiro. Só falta um deles acertar uma prova sem erros.

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"Eu acho que é definitivamente possível superá-lo. Você já viu caras fazendo 21s0, mas teria que ser aquela prova perfeita: uma boa largada, um bom meio de prova e uma chegada sem erros. Alguém teria que fazer a prova toda excelente", disse Josh Liendo.

"Caleb (Dressel) e Cameron (McEvoy) já chegaram perto, então, tenho certeza de que alguém quebrará o recorde, mas quando eu não sei. Espero que alguém faça isso em breve e a assim a gente esqueça de vez os trajes tecnológicos", ponderou o italiano Deplano.

Por enquanto, ainda que com as ressalvas dos atletas sobre os supermaiôs, o recorde de Cielo perda. O print é eterno enquanto dura.

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