Salto inédito de Rebeca segue na manga e não mudaria resultado da final

A divulgação de que Rebeca Andrade vinha executando o Yurchenko triplo twist (YTT) no salto e, depois, que ela abriu o requerimento para futuramente homologá-lo, criou a expectativa de que ela poderia executar o movimento inédito na final do salto em Paris para fazer frente a Simone Biles.

Neste sábado (3), porém, a brasileira optou por fazer o que estava acostumada. Deixou para o futuro o registro do salto como o "Andrade", que acontecerá se ela executá-lo corretamente.

"A Rebeca não era a última, tinha mais meninas depois dela, e ela precisava segurar essa medalha de prata, então não arriscamos. A gente também não aqueceu. A nossa preparação para fazer a tripla precisava ser um pouco melhor, tinha que ter feito um pódio", explicou o técnico Francisco Porath, o Xico.

A utilização do salto não estava descartada, mas precisava partir de pelo menos um dos dois, ginasta ou treinador, e não aconteceu. "Se eu falasse para o meu treinador: 'Estou pronta para fazer, vamos fazer', a gente faria. Mas não falei com ele, e ele também não me perguntou (risos). Mas, juntos, sentimos que não precisava. Fazer esses dois saltos foi bom", disse Rebeca.

Em Olimpíadas, os atletas têm raros contatos com os aparelhos em que vão competir. Além das apresentações que valem nota, testam a adaptação a eles no treino de pódio, três dias antes da estreia, no aquecimento instantes antes de cada exibição, e em um aquecimento cerca de duas horas antes das finais por aparelhos.

Rebeca não fez o YTT em nenhuma dessas ocasiões. A última oportunidade de tentar seria já durante a final de solo, na janela de aquecimento que acontece no meio da prova, para as últimas quatro a se apresentarem. A brasileira estava nesse grupo, mas já sabia do desempenho Biles, que teve notas de dificuldades altas nos seus saltos dificílimos.

'Superar o salto de 6,4 com a execução que a Biles fez, mesmo que um pouco menor do que a Rebeca, é muito difícil. Com Cheng e tripla, briga, mas em termos de dificuldade é muito alta essa média [de Biles], é muito alta", reconheceu Xico.

De acordo com ele, apresentar um salto de grau de dificuldade 6,0 em uma Olimpíada ou Mundial, sem poder errar, só aumenta sua dificuldade. Por isso, é provável que Rebeca venha a estrea-lo em outro tipo de torneio internacional, como uma Copa do Mundo.

"A gente quer que ela se prepare primeiro. Fazer em uma competição antes faz parte da nossa estratégia. A gente quer que ela volte a competir. Quando ela voltar a competir, que a gente escolha o momento certo para que ela possa fazer."

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