Tênis: Maior final olímpica da história? Djokovic vê Alcaraz como favorito

O palco é Roland Garros. De um lado, o número 2 do mundo e maior vencedor de Grand Slams da história entre os homens, Novak Djokovic. De outro, o número 3 do mundo e sério candidato a desafiar as marcas do sérvio no futuro, Carlos Alcaraz. Os Jogos Olímpicos de Paris ainda estão longe de terminar, mas já têm um clássico para ficar na história.

A partida começa por volta das 9h da manhã deste domingo (4) pelo horário de Brasília e só pode ser comparada à final olímpica de 2012, quando Andy Murray bateu Roger Federer em pleno Wimbledon, um ano antes de se tornar o primeiro britânico a vencer o Grand Slam na grama londrina em mais de sete décadas.

Se aquela final ganha em apelo por Murray ter vencido em casa, esta tem a vantagem de colocar frente a frente rivais mais bem ranqueados e que recentemente estiveram frente a frente justamente na final de Wimbledon.

Djokovic vê Alcaraz como favorito

Na partida, disputada mês passado, Alcaraz levou a melhor de maneira até dominante, embora Djokovic estivesse em condição física pior do que está agora, como ele mesmo lembrou em entrevista acompanhada pelo UOL em Paris.

"Não posso me considerar favorito no domingo porque Alcaraz provou ser o melhor jogador do mundo no momento. Ele ganhou Roland Garros, ganhou Wimbledon, me bateu na final de maneira confortável, chegou à final sem perder nenhum set. Eu também não perdi, mas acho que, pela maneira como ele está jogando, é o favorito. Mas Olimpíada é Olimpíada e o jogo pode ir para o lado de qualquer um", explicou o vencedor de 24 Grand Slams na carreira.

"Sinto que sou um jogador diferente daquele da final de Wimbledon", continuou Djokovic, lembrando da cirurgia no joelho que fez em junho. "Pela maneira como estou me movimentando, a maneira como bato na bola. Não quero tirar o mérito da vitória dele em Wimbledon, ele mereceu vencer, mas estou me sentindo mais confiante."

Essa é, possivelmente, a última chance de ouro do sérvio, em sua quarta olimpíada, aos 37 anos. Em todas as outras oportunidades, ele foi eliminado na semifinal, conquistando apenas um bronze, em Pequim-2008.

Medalha no peito e tatuagem

Já Alcaraz está em sua primeira Olimpíada, aos 21 anos. Mesmo se não conquistar o ouro, essa já é uma competição marcante para ele, que teve a chance de jogar lado a lado com seu grande ídolo, Rafael Nadal, no torneio de duplas. Eles foram eliminados nas quartas-de-final pela dupla americana Ram e Krajicek, que ficou com a prata.

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Nadal inclusive disse ter jogado "com o cara que vai ser o melhor jogador de todos os tempos se o corpo deixar, o que é algo que você muitas vezes não controla". O espanhol de 38 anos sabe bem disso. Ele tentou jogar o torneio de simples em um Roland Garros em que conquistou 14 títulos do Aberto da França, tem enfrentado problemas físicos neste fim de carreira e deixou Paris sem cravar que vai tentar continuar ou se vai encerrar a carreira.

Seu discípulo Alcaraz disse que visualizou estar no pódio, com a medalha de ouro no peito, ouvindo o hino da Espanha. E planejou inclusive fazer mais uma tatuagem, com os anéis olímpicos, que vão lhe cair bem ao lado da Torre Eiffel que tatuou recentemente perto do tornozelo comemorando seu primeiro título no Aberto da França.

"Essa imagem é algo que me deu energia para seguir crescendo e dar meu melhor a cada dia. Se acontecer, seria algo muito, muito grande."

O espanhol, contudo, não acredita no favoritismo. "Djokovic é sempre favorito em todos os torneios nos quais entra. O nível que ele mostra em todos os torneios é imenso. Vou ter que jogar meu 100% se quero levar a medalha de ouro".

As outras partidas deste domingo em Roland Garros são a final das duplas femininas, entre as italianas Paolini e Errani e as atletas neutras Andreeva e Shnaider, em jogo que começa após a definição do campeão do masculino. As espanholas Bucsa e Sorribes disputam o bronze com as checas Noskova e Muchová a partir das 7h da manhã. As outras categorias do tênis olímpico já estão definidas:

Simples feminino:

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Ouro: Zheng Qinwen (China)
Prata: Donna Vekic (Croácia)
Bronze: Iga Swiatek (Polônia)

Duplas masculino

Ouro: Ebden/Peers (Austrália)
Prata: Ram/Krajicek (EUA)
Bronze: Fritz/Paul (EUA)

Duplas mistas

Ouro: Machac/Siniaková (Chéquia)
Prata: Zhang/Wang (China)
Bronze: Auger-Aliassime/Dabrowski (CAN)

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