O Feitiço do Tempo de Ana Sátila: em Paris, ela está todos os dias na TV

Se você, como nós, acompanha as Olimpíadas de Paris, está preocupado com a saúde de Ana Sátila. Não, ela não se machucou. É que, após nove dias de Jogos, ela é figura onipresente nas transmissões.

Você está acompanhando o handebol, divide-se a tela e ela vai descer na canoa slalom. No dia seguinte, no meio do futebol, mais uma descida, agora no caiaque slalom. A última da brasileira foi no caiaque cross — uma mistura de descida em cachoeira brava com MMA.

É como se Ana Sátila vivesse sempre o seu Dia da Marmota —a referência é o filme Feitiço do Tempo, em que o protagonista, vivido por Bill Murray, está preso no mesmo dia e o amanhã nunca chega.

Nessa maratona, ela já disputou 12 baterias nos últimos dias, em três categorias diferentes. Ficou próxima de medalha nas duas primeiras. Foi a quarta colocada no caiaque slalom e a quinta na canoa slalom.

Está sendo uma maratona, nunca competi tantos dias direto, mas fazemos isso nos treinos sempre, várias descidas, claro treino não é uma competição como os Jogos Olímpicos. Confesso que não é fácil, mas espero competir em todos os momentos possíveis. Ana Sátila

Ela estará em ação mais uma vez nesta segunda-feira (5), porque, neste domingo (4), foi uma das poucas boas notícias que o Brasil teve no dia. Tem pela frente as quartas de final, se passar, a semifinal e, só então, a final do caiaque cross.

Vitórias no vôlei

O Brasil também teve vitórias expressivas com Evandro/Arthur, nas oitavas do vôlei de praia, e a seleção feminina, encerrando bem contra a Polônia na primeira fase do vôlei de quadra.

Evandro, da dupla com Arthur, tenta bloquear holandês durante jogo de vôlei de praia nas Olimpíadas
Evandro, da dupla com Arthur, tenta bloquear holandês durante jogo de vôlei de praia nas Olimpíadas Imagem: REUTERS/Louisa Gouliamaki
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Na areia sob a Torre Eiffel, a dupla brasileira despachou os holandeses Van de Velde e Immers. O próximo desafio é a dupla sueca número 1 do ranking: Ahman e Hellvig.

Para quem não ligou o nome à pessoa, Van de Velde é aquele condenado por estupro anos atrás e que não ficou na Vila Olímpica para evitar exposição.

Já o vôlei feminino fez mais um jogaço em Paris, fazendo 3 sets a 0 nas polonesas e avançando às quartas com a melhor campanha entre as oito classificadas.

O time de Zé Roberto Guimarães venceu três jogos e não perdeu um set sequer. Agora, o Brasil vai enfrentar a República Dominicana.

O que deu errado para o Brasil

Mas foi um domingo difícil para o torcedor brasileiro. As chances de medalha não se concretizaram.

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Hugo Calderano, no tênis de mesa, mostrou que sentiu muito o jeito que perdeu a semifinal. Ele não conseguiu jogar bem na disputa pelo bronze e terminou os Jogos em quarto lugar — melhor resultado para um atleta do continente americano na modalidade.

Felix Lebrun e Hugo Calderano durante disputa do bronze no tênis de mesa nas Olimpíadas de Paris
Felix Lebrun e Hugo Calderano durante disputa do bronze no tênis de mesa nas Olimpíadas de Paris Imagem: JUNG YEON-JE/AFP

E Marcus D'Almeida? Pegou um sul-coreano que ele mesmo chamou de Simone Biles do tiro com arco. O brasileiro número 1 do ranking caiu nas oitavas e viu seu algoz ser campeão olímpico de novo. Algo que acontece desde a Rio-2016.

Nem 10h (de Brasília) e duas frustração. Que tal o vôlei de praia? Carol e Bárbara começaram bem, mas o jogo contra as australianas desandou. Foram eliminadas nas oitavas.

O jeito é voltar os olhos para Ana Sátila e outros brasileiros nesta segunda-feira (5). E que eles saiam mais satisfeitos.

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