'Americano só se concentra 15s': Brasil tem plano contra Dream Team

Uma passe de Raul para Caboclo que dá em Gui Santos quase sem segurá-la em rotação tão rápida que é até difícil acompanhar a bola. É exigido dos jogadores da seleção brasileira de basquete em treinos que rodem em velocidade até encontrar a posição ideal do arremesso, dando tempo para a defesa se desarmar.

A estratégia é armada pelo técnico Aleksandar Petrovic para aproveitar os pontos fracos do jogo do Dream Team dos EUA, adversário do Brasil nas quartas-de-final das Olimpíadas. O jogo ocorre nesta quarta-feira, na Bercy Arena, em Paris.

"Jogando contra Alemanha: eles ficam 24 segundos organizados. Contra americanos, sempre quebra alguém. Não se concentram mais do que 10/15 segundos e sobra alguém sozinho", explica Petrovic aos seus jogadores durante o treino.

As intervenções de Aleksandar Petrovic são pontuais para complementar o trabalho de movimentação feito pelo seu assistente Tiago Splitter, ex-jogador da NBA.

Pelo plano montado, o Brasil tem duas formas de atacar. Uma é quando Joel Embid estiver na quadra. "Normal", define Petrovic.

Quando o pivô grandalhão sai, o Brasil muda levemente a sua tática ofensiva. Sem ele, é "mão, mão, mão", isto é, troca de bola constante.

Obviamente que o plano defensivo é talvez até mais importante do que o ofensivo quando se trata de enfrentar astros da NBA. O time americano conta com praticamente todas as principais estrelas nesta edição dos Jogos.

Os dois principais focos da defesa brasileira serão Stephen Curry e Kevin Durant, talvez os dois melhores arremessadores do time norte-americano. A ideia é uma marcação dobrada e agressiva nos dois, e permitir apenas que tenham um passe mais longo.

"A gente vai tirar a bola do Curry e do Kevin Durant", explica Tiago Splitter aos comandados ao armar sua defesa.

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Quando o time brasileiro executa corretamente o movimento, os dois atletas que fazem o papel dos dois craques da NBA têm que dar um passe pressionado para a lateral. Sai um arremesso previsto, e errado.

"Durant não chutou, Curry não chutou Bola nossa", cantou Splitter.

Em outro formato, há a ideia de fazer os americanos rodarem a bola sem dar a possibilidade do arremesso, principalmente dos dois craques Curry e Durant. Fazer o Dream Team gastar tempo.

Não há um plano perfeito para enfrentar um grupo de jogadores tão qualificados quando o norte-americano. Mas o Brasil se prepara para ser uma parada dura para o melhor time de basquete do mundo.

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