Campeão olímpico dos 100m era último colocado 5s antes do ouro
O senso comum sobre as provas de 100m no atletismo masculino costumam dizer que são 10 segundos que mudam vidas. No caso de Noah Lyles, metade disso.
O novo campeão olímpico da prova mais aguardada do atletismo nos Jogos Olímpicos era o último colocado cinco segundos antes do fim da prova de ontem (4). Durante quase metade do percurso, ele era o lanterna e só chegou a ponta nas passadas finais.
As estatísticas da World Athletics, disponibilizadas para intervalos de 10 metros, mostram um domínio absoluto do jamaicano Kishane Thompson (prata em Paris), que só não foi mais rápido na largada que o italiano Marcell Jacobs, campeão em Tóquio-2020, e pulou para a ponta antes dos 30m de prova.
Ali, ele tinha 0s06 de frente sobre Lyles, então o último colocado. Mas o norte-americano, especialista em provas de 200 metros, costuma crescer no fim da prova, porque mantém a velocidade por mais tempo.
A partir da metade da prova, ele foi tirando essa diferença. Um centésimo de segundo a cada 10 metros. Sétimo na passagem de 50 metros, empatado com o oitavo, foi crescendo. Era terceiro nos 60m, passou a segundo nos 90m, e ganhou na passada final.
A prova só foi decidida no photo finish, que determinou não só a vitória, mas a posição de todos os sete primeiros. Lyles levou o ouro por 0s005, e chegou a comentar rapidamente com Thompson, ao fim da prova, que acreditava que havia sido o jamaicano a terminar na frente.
Fred Kerley (9s81) levou com o bronze e o sul-africano Akani Simbine entrou para a história como o homem mais rápido a não ganhar medalha em uma prova. Ficou de fora do pódio apesar do tempo de 9s82, com o quarto melhor tempo.
A final teve todos os participantes na casa dos 9 segundos, um feito inédito, mas poderia ser ainda mais: todos em 9s8 ou 9s7. A exceção foi Oblique Seville, da Jamaica, que pareceu ter sentido uma lesão na penúltima passada, perdeu velocidade, e caiu de sexto para oitavo. Mesmo assim ele fez 9s91.
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