COI bloqueia ataques a boxeadora com IA e denuncia assédio à polícia
As presenças das boxeadoras argelina Imane Khelif e de Lin Yu-ting, de Taiwan, nas Olimpíadas geraram controvérsia e uma série de ataques a ambas na internet ao terem o gênero questionando. Para lidar com isso, o COI (Comitê Olímpico Internacional) tem usado Inteligência Artificial para bloquear os abusos contra as duas em redes sociais.
Além disso, o comitê está em contato com a polícia para direcionar as denúncias de ataques para serem investigadas, como ameaças as duas atletas ou a outros esportistas.
Os Jogos de Paris-2024 são os primeiros em que o COI passou a incentivar a participação online dos atletas em suas redes sociais. Foi liberado o uso de redes com imagens da Vila Olímpica para gerar mais engajamento para o evento.
Em paralelo, o COI decidiu criar um sistema para proteger os atletas de abusos online, o que funciona automaticamente.
"Primeiro, Olimpíadas são sobre fair play. É ruim ter esse assédio e esse abuso online. Tivemos coisas online positivas, mas pode ter bastante ataques aos atletas. O que desenvolvemos foi um IA que está bloqueando para os atletas [os abusos]. Será direcionado para a polícia", contou a chefe da comissão de atletas do COI, Emma Terho.
Em uma entrevista à agência Associated Press, a boxeadora argelina pediu o fim dos ataques a ela. "Envio uma mensagem a todas as pessoas do mundo para defenderem os princípios olímpicos e a Carta Olímpica para se absterem de intimidar todos os atletas, porque isso tem efeitos, efeitos enormes", disse Imane. "Isso pode destruir pessoas".
A controvérsia iniciou-se quando a italiana Angela Carini recusou-se a continuar a luta contra Imane. Ela alegou que tinha medo porque a rival "seria um homem". Baseou-se na Federação Internacional de Boxe (IBA), que proibiu a adversário de lutar no Mundial de Boxe de 2023, alegando que Khelif não passara no teste de gênero - Imane é mulher, mas tem algumas características masculinas. Nenhum dado foi mostrado de forma transparente pela federação.
O COI discorda da federação boxe com quem tem uma relação rompida. Além disso, suas regras para participação nos Jogos são diferentes: não há testes de gênero. Baseia-se no passaporte.
"Como dissemos, as bases para testes não eram legítimas. Porque as regras não incluíam isso [testes de gênero]. A questão é que essas mulheres eram elegíveis para essa competição, e continuam a ser", disse o diretor de comunicação do COI, Mark Adams.
Ele explicou que o contato com a polícia francesa é constante para direcionar denúncias de abuso online contra qualquer atleta participando dos Jogos. Mas não quis falar de denúncias específicas como o caso de Imane.
A boxeadora argelina já garantiu pelo menos uma medalha de bronze na sua categoria até 66kg.
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