Falta de conexão e nota de execução polêmica tiraram Rebeca do pódio
Um decréscimo de 0,4 na nota de partida, causada pela perda de uma "conexão", e uma nota de execução polêmica, praticamente igual à da italiana Manila Esposito, impediram Rebeca Andrade de chegar ao pódio da trave, nesta segunda-feira (5), nas Olimpíadas de Paris.
Ainda que o público no ginásio, principalmente os torcedores brasileiros, tenha vibrado ao fim da apresentação de Rebeca, como se fosse para levar a medalha de ouro, o lugar justo para a brasileira seria o bronze. Ela perdeu uma conexão, exatamente a mais importante de sua série.
Uma nota de execução (nota D) é composta pela soma das pontuações de cada elemento feito na série. Mas há uma bonificação quando eles são feitos em conjunto, sem uma parada para a ginasta se reequilibrar.
Rebeca não caiu da trave, mas precisou fazer essa parada para se recompor em uma linha que tinha uma reversão para frente, um salto anel e um flic. Fez só a reversão, adiou o salto anel, e não executou o flic.
Sozinha, essa conexão completa bonificava a série de Rebeca em 0,4. Tanto que ela teve 6,1 de nota de partida nas outras três apresentações em Paris (eliminatórias, final por equipes e final do individual geral). Hoje, teve 5,7. Existe margem para questionar a arbitragem sobre essa pontuação, mas ela foi justa.
O problema foi a nota de execução. Rebeca, que teve 8,4 nas eliminatórias, hoje ficou com 8,233 mesmo com uma série sem falhas. Ela acabou perdendo a medalha para Esposito, da Itália, que somou 14,000 graças a uma nota da execução de 8,200.
No entender de membros da comissão técnica do Brasil, na comparação entre as duas apresentações, a da brasileira foi mais bem executada, então não faz sentido ela ter tido só 0,033 de vantagem sobre Manila. Merecia no mínimo 0,1 a mais do que a rival, o que daria a ela o bronze.
A prova foi apertada, com Rebeca somando 13,933, Manila com 14,000 e a chinesa Yaqin Zhou, que tem de longe a maior nota de dificuldade, chegando a 14,100 apesar de um grande desequilíbrio. O ouro acabou no peito da italiana Alice D'Amato, com 14,366.
Simone Biles caiu em sua apresentação e tirou só 13,100, terminando em quinto. Chama atenção que a nota dela levou ao menos três minutos para sair, gerando grande apreensão. Isso costuma acontecer quando os árbitros divergem. Já a nota de Rebeca saiu rápido.
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