Paris monta piscina rasa em casa de shows, ouve críticas e entrega recordes
Para a World Aquatics, a federação internacional que define as regras da natação, uma piscina que recebe os Jogos Olímpicos deve ter, no mínimo, 2,5 metros de profundidade. A regra é de 2020, mas não vale, por uma tecnicalidade, para as Olimpíadas de Paris porque a cidade ganhou o direito de sediar o evento em 2017.
Os franceses, então, aproveitaram. Na pista da La Défense Arena, a maior casa de shows da Europa, que recebeu, pouco antes dos Jogos, uma apresentação de Taylor Swift, foi construída uma piscina mais rasa, de 2 metros e 20 centímetros.
No início, a piscina modular gerou polêmica. Os centímetros que faltaram foram, imediatamente, considerados os culpados pela falta de recordes nos primeiros dias da natação. As reclamações, porém, foram só da imprensa especializada, já que os nadadores estavam de boa em nadar na píscina mais rasa.
O UOL conversou com alguns atletas e nenhum deles falou mal da piscina. Ao contrário, afirmaram que as condições eram as mesmas para todos os competidores e não sentiam influência da profundidade no rendimento.
O burburinho começou a perder força quando marcas relevantes foram aparecendo. No total, 19 recordes olímpicos e quatro mundias foram quebrados. O chinês Zhanle Pan foi o responsável por inaugurar a tendência, no quarto dia de competição. Ele pulverizou o recorde mundial nos 100m livre, com 46s40.
Depois, os EUA, que não performaram como o esperado nestas Olimpíadas, conseguiram três recordes mundiais quebrados no fim da competição. O primeiro foi com o revezamento 4x100m medley misto, formado por Ryan Murphy, Nic Fink, Gretchen Walsh e Torri Huske (3min37seg43). Depois veio Bobby Finke, que conquistou ouro após bater o recorde mundial dos 1500m livre, com 14min30seg67, e o último ficou com o revezamento 4x100m medley feminino, com 3min49seg63.
Quanto aos recordes olímpicos, o grande destaque não tinha como ser outro: Léon Marchand, o fenômeno francês. Foram quatro medalhas de ouro com quatro recordes olímpicos: 200m peito, 200m borboleta, 200m medley e 400m medley.
EUA decepcionam
Quando as Olimpíadas começam e a natação entra em evidência, o mundo inteiro fica de olho nos atletas dos Estados Unidos. A modalidade é transmitida em horário nobre no país norte-americano e isso, inclusive, já chegou a interferir nos horários das finais em Tóquio, que aconteceram pela manhã.
Nos Jogos de Paris, por outro lado, os EUA tiveram uma atuação abaixo do normal. Nos Jogos de Tóquio, em 2021, foram 30 pódios no total, com 11 ouros. Neste ano, foram oito ouros — graças à reação no fim —, 13 pratas e sete bronzes.
O que salvou os Estados Unidos no fim foram as duas medalhas de ouro do último dia com Bobby Finke, nos 1500m livre, e da equipe feminina do revezamento 4x100m medley.
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