O visual compensa: triatletas evitam críticas ao rio Sena após polêmicas

A poluição do rio Sena foi um dos grandes assuntos antes, durante e depois das competições do triatlo nas Olimpíadas de Paris. Nesta segunda (5), a prova de revezamento misto encerrou o programa do esporte nos Jogos.

Após a prova, os atletas evitaram fazer críticas ao local de competições; alguns deles preferiram destacar a beleza do percurso, que passava pela Ponte Alexandre III e pela avenida Champs-Elysées, cartões postais da cidade.

"Eu acredito que todo mundo toparia nadar em uma água um pouco sujinha, para poder competir aqui. O fato que competimos no centro de Paris, com a Torre Eiffel no fundo e tudo mais, faz com que eu me sinta muito orgulhoso de fazer parte desse esporte e queremos mostrar isso para o mundo", disse o australiano Matthew Hauser.

"Nós já estivemos em lugares mais contaminados, então, estávamos preparados para isso. Sim, foi uma das competições mais bonitas, e as fotos são ótimas. A quantidade de pessoas de toda parte do mundo, foi uma competição muito bonita", afirmou a mexicana Rosa María Tapia Vidal.

Crisanto Grajales, também da equipe mexicana, fez coro com a colega. "Não muda a preparação, se está contaminado ou não, nós já nadamos em águas mais ou menos sujas. Isso não afeta o resultado. Nós sentimos muito pelos companheiros que ficaram doentes, mas a equipe mexicana está muito bem".

A catalã Anna Godoy, nona colocada com a equipe da Espanha, também preferiu ver o copo meio cheio. "No final, acho que devemos ficar com o fato de que pudemos competir em um cenário como este, diante da nossa gente, diante de tanto público, e acho que é isso que devemos valorizar", comentou.

Taylor Spivey, dos EUA, durante o revezamento misto do triatlo nas Olimpíadas de Paris 2024
Taylor Spivey, dos EUA, durante o revezamento misto do triatlo nas Olimpíadas de Paris 2024 Imagem: Lintao Zhang/Getty Images

Dois de 110

O caso da atleta belga que acabou no hospital não causou especial preocupação nos demais competidores. Segundo eles, é comum que as provas de triatlo tenham baixas de última hora por diferentes fatores. Na manhã de sábado (3), a organização foi informada de que outro competidor não se entrava bem.

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"São 110 atletas, então a chance de alguém ficar doente sempre existe, por isso que tem os reservas e tem a lista de espera. Então, é algo normal alguém ficar doente, com a imunidade baixa", avaliou a brasileira Vittoria Lopes. "Não dá pra dizer que foi a água, eu não ouvi muitos relatos de gente passando mal", acrescentou.

"Quando você faz esforço de uma hora e quarenta minutos, ainda vindo de treino forte e de uma preparação no limite do seu corpo, é completamente normal sua imunidade cair. Então, a gente tem que sempre tomar muito cuidado para não ficar doente. De 110 pessoas, somente duas passaram mal", disse Miguel Hidalgo, que abriu o revezamento brasileiro.

Apesar da disputa do triatlo ter chegado ao fim, o rio Sena voltará a ser protagonista ainda nesta semana. Na quinta-feira (8), está prevista a prova de 10km da maratona aquática feminina. No dia seguinte, os homens caem na água.

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