Pai acusado de agredir os filhos reeencontra um deles em final olímpica
A final masculina dos 1.500m em Paris terá um ingrediente especial: o duelo de um filho contra um pai, que o forjou o melhor do mundo à base de violência física e psicológica, e agora treina seu principal rival.
O pai - Há anos Gjert Ingebrigtsen é apontado como um dos melhores treinadores do mundo. Um pai que, à base de um método próprio de treinamento, transformou três dos sete filhos em corredores de primeira prateleira. Todos foram, no mínimo, campeões europeus.
O filho - Jakob Ingebrigtsen, o mais novo, é o maior astro da prova. Campeão olímpico em Tóquio (e recordista olímpico), quatro vezes vice-campeão mundial, maior campeão da história dos Campeonato Europeu, com seis medalhas de ouro. É ele quem está na final em Paris.
O rompimento - No ano passado, cinco dos irmãos Ingebrigtsen, incluindo os três que se tornaram atletas de alto rendimento, publicaram um artigo em um jornal norueguês para relatar terem rompido com o pai, a quem acusavam de violência. "Crescemos com um pai muito agressivo e autoritário, que usou violência física e ameaças como parte da sua educação", escreveram.
A agressão - Eles já haviam rompido a relação profissional em 2022, e revelaram que uma das razões foi uma atitude agressiva do pai com um dos filhos, agredindo-o com uma toalha molhada. De acordo com a imprensa norueguesa, a vítima não é um dos três corredores famosos.
Os inquéritos - A partir dos depoimentos dos filhos, foram abertos sete inquéritos contra Gjert. Cinco foram arquivados por faltas de prova, um por ter caducado o tempo de punição, e só um se tornou um processo judicial, exatamente este sobre a agressão com toalha molhada.
O outro corredor - Gjert, que sempre negou as agressões, na época já se dedicava à carreira de outro corredor norueguês, Narve Gilje Nordas, de 25 anos, que se juntou a Jakob Ingebrigtsen entre os melhores do mundo em 2023, quando foi prata no Campeonato Mundial. Agora, chegou a Paris como quarto do ranking.
Na Olimpíada - O treinador, porém, não está em Paris. Por causa das denúncias de violência e para preservar Jakob do contato com alguém que acusa de agressão, a federação norueguesa de atletismo optou por não credenciar Gjert para eventos como o Europeu, o Mundial, e a Olimpíada.
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