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Rebeca Andrade se equilibra na trave, é ovacionada, mas termina em quarto

Colaboração para o UOL, em Paris

05/08/2024 08h27

Rebeca Andrade ficou muito perto de uma medalha na trave nas Olimpíadas de Paris, nesta segunda-feira (5). Em uma prova que contou com várias quedas das competidoras, a brasileira se manteve de pé com uma série mais simples do que está acostumada e não conseguiu o objetivo de terminar na zona da medalha.

Última a se apresentar, a brasileira sabia da nota que precisava para chegar ao pódio: 14,000. E não muito mais do que isso para o ouro: 14,366, o que era alcançável por quem teve 14,500 na final por equipes. Nas três apresentações que havia feito em Paris, sempre ficou acima de 14.

Bronze na trave nas duas últimas olimpíadas, Simone Biles foi mais uma a cair do aparelho e ficar fora do pódio. De cara fechada, a norte-americana retornou e completou a série. Após muita demora para a divulgação da nota, Biles recebeu apenas 13,100 em quinto.

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A série da final, porém, foi bastante simples, sem as conexões que seriam necessárias para subir a nota de partida. Ovacionada depois da apresentação, por uma torcida brasileira presente em bom número à Arena Bercy, ficou esperando a nota que não foi suficiente para o pódio.

Alice D'Amato ganhou o ouro, com 14,366, seguida da Yaqin Zhou, da China, prata, apesar de um forte desequilíbrio, e que tirou 14,100. Manila Esposito, também da Itália, terminou em terceiro, com 14,000, a 0.067 de Rebeca.

Outra brasileira na final, Julia Soares terminou na sétima posição (12,333), depois de uma queda. Foi a primeira final individual dela, que só 18 anos e está em sua primeira edição de Jogos Olímpicos.

A prova

A final começou com duas favoritas tendo dificuldades de se manter em cima da trave. Primeiro foi a chinesa Yaqin Zhou, dona da melhor nota das eliminatórias, que teve um desequilíbrio forte. Ela teve que dar um chute no ar para seguir de pé, e tirou só 14,100 — pouco para quem teve 14,866 na fase classificatória.

Depois, foi Sunisa Lee, dos EUA, que chegou a tirar 14,600 na final por equipes e, em tese, seria a principal concorrente de Rebeca por um lugar no pódio. Mas ela teve um tombo feio da trave, no meio da apresentação, e tirou só 13,100, saindo da disputa por medalhas.

Julia Soares veio depois. Iniciou a série dela com o elemento que leva seu nome, subindo na trave apoiando-se pela barriga, e fazia uma apresentação limpa até sofrer uma queda. No fim, ficou com 12,333.

Manila Esposito, da Itália, apresentou uma série mais simples, mas sem grandes falhas, e tirou 14,000. Coube a outra italiana, Alice D'Amato, esquentar a briga pelo pódio. Uma série cravada, de nota 14,366, que garantiu no mínimo um lugar no pódio. Ainda faltavam Biles e Rebeca.

Simone Biles desequilibrou durante a sua série e ficou fora do pódio Imagem: Peter Cziborra/REUTERS

Biles também se desequilibrou e sofre uma queda. Os juízes demoraram para divulgar a nota da americana, o que deixou a Arena Bercy em silêncio. Veio então o 13,100, o que a deixou provisoriamente em quarto.

Última a se apresentar, Rebeca Andrade precisava superar 14 pontos para subir ao pódio. A brasileira não sofreu quedas, mas teve leves desequilíbrios e fez uma série mais simples. A reação do público no ginásio foi de medalha de ouro para a brasileira, pois a exibição foi cravada e com os mesmos elementos. Ela, no entanto, perdeu 0,4 na pontuação porque não conseguiu uma conexão durante o exercício, pois parou para se equilibrar na trave e terminou na quarta colocação, com 13,933.

A nota de execução incomodou a comissão técnica do Brasil, não pelo valor dado a Rebeca, mas pela comparação com a italiana Esposito, que ficou com bronze. O entendimento foi que Rebeca mereceu uma nota maior.

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