Após ouro de Rebeca no solo, Brasil prepara sua sucessora: 'Sem spoilers!'

Com tanto foco em cima dos feitos de Rebeca Andrade, que bateu Simone Biles no solo, conquistou três medalhas em Paris e se tornou a maior medalhista da história do Brasil em Olimpíadas, é fácil não prestar tanta atenção nos feitos de uma ginasta que está em sua primeira Olimpíada: aos 18 anos, Júlia Soares ajudou o Brasil a conquistar a inédita medalha de bronze entre equipes, chegou na final na trave, e sai dos Jogos projetando o que pode fazer em quatro anos em Los Angeles.

A ginasta, que começou a praticar o esporte aos 4 anos e logo chamou a atenção da treinadora da seleção brasileira Iryna Ilyashenko durante um evento em Curitiba, ficou de fora da final do solo por pouco, como destacou a ucraniana, e sabe que tem mais cartas na manga que não foram usadas nesta sua primeira Olimpíada para lhe dar mais segurança.

"No Troféu Brasil eu já estava fazendo um elemento mais difícil. Eu já tinha treinado antes, mas tinha parado de fazer por um bom tempo por conta de lesões e outras situações. O melhor nesse momento para não passar por uma pressão tão grande foi fazer um solo que eu sempre fiz e com o qual eu tenho segurança, que funciona muito bem, e com o qual eu ganho nota", explicou a ginasta.

"Mas eu quero evoluir isso e já existe a conversa com a Iryna. Vai ser um solo bem valorizado que, de Deus quiser, vai me colocar entre as finalistas. Mas sem spoilers! Não sei quando vou conseguir executar esse solo, porque vai ser uma série bem difícil, que precisa de muito treino. Mas nada é impossível."

Como é possível que Rebeca foque mais em exercícios que sobrecarregam menos o joelho do que o solo, essa evolução da série de Júlia pode significar que será ela quem vai entrar nessa lacuna deixada pela medalhista de ouro de Paris.

Júlia Soares quer ter mais elementos com seu nome

Julia Soares durante sua apresentação na final da trave nas Olimpíadas de Paris
Julia Soares durante sua apresentação na final da trave nas Olimpíadas de Paris Imagem: REUTERS/Mike Blake

Esse equilíbrio entre executar bem uma série com menor valor de entrada devido à complexidade dos exercícios ou ousar mais e se permitir falhas menores é um dos grandes desafios da ginástica. Mas não é a única meta para Júlia. Ela sempre sonhou ter um elemento com seu nome e quer mais.

"Esse processo de criar um elemento é muito legal. Caí, me machuquei, foi muito tempo de trabalho. Mas era meu sonho desde criancinha. Eu até perguntava para as outras meninas quando a gente era criança se elas também sonhavam em ter um elementos com o nome delas. Saber que eu consegui realizar um sonho é muito legal. Mostrar para o mundo que tenho um elemento com meu nome é muito legal, é um feito raro", disse ela.

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"A gente está preparando mais uma entrada, do meu estilo, mas mais difícil. Vamos ver se sai no próximo ciclo."

Júlia Soares também disse ser muito competitiva. E isso até gera alguns puxões de orelha de Iryna.

"Sou muito competitiva. Quando eu entro em uma competição, eu me transformo. A Irina até fala que o que falta para mim é ter essa mesma competitividade quando eu estou treinando."

São ajustes que a ginasta, que já venceu uma etapa da Copa do Mundo, no Azerbaijão, justamente no solo, ano passado, vai fazendo para chegar nos próximos campeonatos e em Los Angeles-2028 preparada para saltos mais altos - com algumas piruetas no caminho.

"Eu ainda tenho muito o que viver. Já no meu comecinho do meu ciclo, eu já tive um feito muito grande, já tenho uma entrada com o meu nome, uma medalha olímpica no peito, sou finalista olímpica."

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