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'Chorei no metrô': brasileira fala de assédio em Paris durante Jogos

do UOL, em São Paulo

06/08/2024 12h57

A repórter Verônica Dalcanal, que foi beijada por dois torcedores durante uma transmissão ao vivo, não foi a única brasileira vítima de assédio durante os Jogos Olímpicos de Paris. A produtora de conteúdo Flavia Bandoni, 22, que está na cidade a trabalho, chegou a chorar de medo dentro do metrô.

"Estava esperando para entrar no vagão e um homem me deu passagem. Entrei e procurei um local vago, perto de um homem para me sentar porque já tinha ficado desconfortável", conta. Mas nem mesmo a escolha da cadeira intimidou o francês.

Flavia Bandoni sofreu assédios em Paris Imagem: Acervo pessoal

"Ele veio atrás de mim e começou a falar. Eu não entendi, então ele perguntou que língua eu falava. Quando disse que inglês, começou a dizer que eu era muito bonita, bem grudado ao meu rosto. Eu dizia que tinha namorado, mas não adiantava", conta. Do nada, o homem se afastou. E com o susto, ela começou a chorar.

"Uma menina muçulmana veio me ajudar, dizer que estava tudo bem e que ele não ia fazer nada. Que já tinha passado. Foi muito assustador", Bandoni diz que as pessoas do metrô não fizeram nada, que ficaram só olhando. "Com certeza não seria assim no Brasil."

Em outra situação, um homem se aproximou de Flávia para mostrá-la, em uma ligação de vídeo, para um amigo. "Estava vendo o pôr-do-sol em uma ponte, de fones de ouvido. Um homem se aproximou, fazendo uma ligação de vídeo com um amigo, e começou a me mostrar e apontar pra mim. Me colocou no vídeo. Não entendi que língua ele falava, se era francês ou indiano", conta. Mais uma vez, ela disse que tinha namorado e se retirou.

Bandoni diz estar se sentindo menos segura em Paris do que se sente no Brasil. "Não sei a língua, não entendo o que estão comentando, só que são provocações. Em casa os caras se intimidam se a gente olha feio, se falamos que temos namorado? Aqui não".

Ela já repensou em looks antes de sair de casa e pediu escolta de amigos para sair de um restaurante, pois o garçom a esperava do lado de fora. Ao UOL, contou que situações de assédio acontecem todos os dias, e geralmente são cometidas por homens franceses. "Eles olham muito, com maldade", diz.

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