Dezenas de atletas pegaram covid-19 em Paris, diz OMS
Da RFI
06/08/2024 12h26
Pelo menos 40 atletas foram diagnosticados com covid-19 nas Olimpíadas de Paris 2024 até o momento. Os números são de um levantamento feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado nesta terça-feira (6). Segundo a entidade, a situação reflete o aumento de casos em todo o mundo.
Em coletiva à imprensa em Genebra, na Suíça, a Dra. Maria Van Kerkhove, chefe de preparação para epidemias e pandemias da OMS, afirmou que "não é surpreendente ver atletas infectados, porque o vírus está circulando muito rapidamente em outros países".
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"Nos últimos meses, (...) muitos países sofreram surtos de covid-19, incluindo nos Jogos Olímpicos, onde pelo menos 40 atletas testaram positivo", pontua a especialista.
Van Kerkhove esclarece que o Comitê Olímpico, em colaboração com a OMS , "analisou todas as diferentes abordagens que precisam ser implementadas" durante grandes eventos como as Olimpíadas e tomou "as medidas certas".
A organização não detalhou a quais países pertence cada atleta diagnosticado com o coronavírus.
Aumento recente de casos no mundo
A chefe de preparação para epidemias da OMS ressaltou que o vírus "ainda está muito presente" no mundo, circulando "em todos os países". Os dados recolhidos pela entidade através do sistema de vigilância sentinela em 84 países mostram que a percentagem de testes positivos aumentou nas últimas semanas.
Este quadro "levou a um aumento no número de hospitalizações e mortes em vários países", disse Van Kerkhove.
"No geral, a taxa de testes positivos é superior a 10%, mas este número varia de uma região para outra, com uma taxa superior a 20% na Europa, por exemplo", detalhou.
Mas ela ressalta que o monitoramento de águas residuais (após a utilização humana) sugere que a circulação do vírus é "2 a 20 vezes maior do que o relatado atualmente".
"Isto é importante porque o vírus continua a evoluir, colocando a todos em risco de surgirem vírus mais perigosos que poderiam escapar ao nosso monitoramento", alertou a especialista.
Segundo a entidade, a circulação tão elevada de covid-19 "não é habitual" nesta época, uma vez que as epidemias de vírus respiratórios tendem a aumentar nas estações mais frias do ano.
A OMS continua fazer apelos aos governos para melhorarem a vigilância do vírus e às populações para que se protejam, inclusive através da vacinação. Mas Van Kerkhove observou que a situação atual continua diferente ao período entre 2020 e 2022, porque o mundo dispõe agora de tratamentos, ferramentas de rastreio e vacinas.
Mas a OMS registrou um declínio alarmante na cobertura vacinal nos últimos dois anos, especialmente entre os profissionais de saúde e as pessoas com mais de 60 anos. "É urgente remediar esta situação", insistiu Van Kerkhove.
(Com AFP)