Ela faz mil brigadeiros ao dia para brasileiros (e franceses) na Olimpíada

O nome dela é Claudia Silva, mas pode chamar de Tatta. A brasileira, que mora há 14 anos em Paris, começou a trabalhar com confeitaria para superar uma tragédia: a perda de um filho aos seis meses de gestação. Hoje, é a fornecedora oficial de brigadeiros e beijinhos na Casa Brasil.

Silva mudou-se para a França em 2010, depois de passar alguns anos em Portugal. Ela trabalhou com limpeza e cuidando de crianças antes de descobrir seu dom para a confeitaria. Foi o luto que mostrou um novo caminho.

"Eu queria muito ser mãe, então fiquei bem mal. Na época, minha cunhada também estava grávida e planejei o Chá de Bebê dela, fazendo os docinhos e cupcakes. Isso chamou a atenção das pessoas, que começaram a me perguntar se eu também vendia", conta. Segundo ela, foi o mundo dos doces que a tirou da tristeza. Hoje ela é mãe de três filhos.

Donna Tatta está fornecendo brigadeiros e beijinhos para a Casa Brasil em Paris
Donna Tatta está fornecendo brigadeiros e beijinhos para a Casa Brasil em Paris Imagem: Acervo pessoal

"Comecei, em 2010, fazendo para alguns amigos e o negócio foi crescendo naturalmente. Aí criei minha empresa, a Donna Tatta, e estamos na luta", diz. Para ela, participar de um evento tão grande como esse é sinal de reconhecimento e motivo de orgulho.

Brigadeiros e beijinhos

Para se tornar uma das fornecedoras de doces da Casa Brasil, Cláudia participou de uma reunião na Câmara do Comércio na Embaixada do Brasil na França com diversos brasileiros que trabalham no país. "Com a chegada das Olimpíadas, as portas foram se abrindo. O Comitê Olímpico Brasileiro nos escolheu como fornecedor de beijinhos e brigadeiros", diz.

Tatta trabalha com especialidades brasileiras para festas: produz bolos, doces, bem-casados. Mas alimentar brasileiros nas Olimpíadas é um desafio completamente diferente. "É uma mudança completa de rotina. Vamos trabalhar por um período de 18 dias, sem parar. Estamos amando o processo. A casa está linda", conta.

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Ela faz mais de mil docinhos por dia (entre brigadeiros e beijinho) e garante: é fácil encontrar todos os ingredientes para essa receita tradicionalmente brasileira lá na França. "Uso manteiga francesa, o que é ótimo porque quando explicamos para os franceses e citamos a manteiga que eles amam, fica mais fácil. E achamos leite condensado e cacau por aqui", diz.

Brigadeiro e beijinho na Casa Brasil em Paris
Brigadeiro e beijinho na Casa Brasil em Paris Imagem: Acervo pessoal

Ela até precisou aumentar sua equipe durante as Olimpíadas, para dar conta de enrolar tantos docinhos. Cláudia sequer consegue comparar o tanto de doce produzido agora com o que geralmente faz para seus eventos.

"Não tem comparação, a produção está gigante. Ainda nem sabemos o quanto a produção aumentou, porque estamos no meio do processo. Não sabíamos como seria no final das contas, porque dependíamos da demanda do público", diz. E está sendo um sucesso.

A produção é feita em um ateliê, então ela não passa muito tempo na Casa Brasil. Mas foi o suficiente para dar uma espiadinha em algumas celebridades que passaram por lá. "Vi o Galvão Bueno, o que me lembrou a infância. Foi muito legal, e no primeiro dia. Alguns atletas também passaram por lá. E vi a Fátima Bernardes também", conta.

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