Olimpíadas: Filho de técnico da seleção impede medalha do Brasil no hipismo

O Brasil ficou muito perto de encerrar seu jejum de 20 anos no pódio do hipismo. Stephan de Freitas Barcha, com a égua Primavera Império Egípcio, flertou com o bronze, mas acabou ultrapassado por um velho conhecido: o suíço Steve Guerdat, filho de Philippe Guerdat, técnico da equipe brasileira de saltos. Ficou em quinto, o melhor resultado do pais desde 2004.

"O Steve para mim é o melhor do mundo. Eu particularmente tenho ele no mais alto nível, tanto técnico, mental. O Philippe veste a camisa do Brasil e eu devo muito a ele, pelos ensinamentos, o exemplo que ele dá, tanto de caráter para lutar pelo objetivo como a hombridade de estar aqui. Acho que provavelmente ele nem viu o filho dele para não ter nenhum tipo de sentimento controverso, conhecendo ele", comentou Stephan.

Décimo nono entre os 30 que se classificaram para a final, o conjunto do brasileiro cometeu uma falta, em um momento em que só dois haviam zerado e se classificado para o desempate. Para as demais posições, vale como critério de desempate o tempo, e naquele momento Stephan era o terceiro.

Com um percurso duríssimo, vários favoritos foram ficando pelo caminho. O sueco Henrik von Eckermann, por exemplo, líder do ranking mundial, foi jogado para fora pelo cavalo. Stephan foi mantendo a terceira colocação até que Steve, ouro olímpico em Londres, também cometeu zero faltas.

Mais tarde, já sem medalha, ele acabou ultrapassado também pelo francês Julien Epaillard, aí só pelo tempo, e terminou em quinto lugar.

"Estou muito orgulhoso de todo o processo, muito orgulhoso da minha égua, sem ela era impossível estar aqui. É uma égua fantástica, é uma égua que a gente formou no Brasil, nasceu no Brasil. É duro, mas quando eu deitar no travesseiro eu posso dizer que sou muito orgulhoso porque eu terminei em quinto, foi quase, mas foi lutado, foi grandioso."

Esta foi só a segunda participação olímpica de Stephan, de 35 anos. Ele estreou na Rio-2016, quando foi eliminado por causar um ferimento no cavalo. Em Paris-2024, havia muita expectativa por uma medalha por equipes, mas o Brasil foi de novo eliminado pelo mesmo motivo, desta vez por irregularidade cometida por Pedro Veniss.

O que aconteceu

Primeiro brasileiro a se apresentar, Rodrigo Pessoa cometeu duas faltas ainda no início e não finalizou a apresentação. Sem ter chances de medalha após cometer oito penalizações, ele optou por não continuar o percurso.

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Para brigar por um lugar no pódio, Rodrigo precisaria completar a prova dentro do tempo limite (84s) e não cometer faltas. Até a apresentação do brasileiro, apenas Maikel Van der Vleuten (HOL) e Christian Kukuk (ALE) haviam conseguido.

Já Stephan assumiu provisoriamente a terceira colocação após sua apresentação. O brasileiro foi o 19º a se apresentar e, mesmo com uma falta, completou a prova em 80s07 e teve que torcer para os outros dez participantes cometerem falhas e terem pior tempo para garantir o bronze.

O suíço Steve Guerdat, porém, fez uma apresentação sem falhas e tirou a chance de pódio do brasileiro. Ele foi o 25º a se apresentar, completou o percurso em 80s99, assumiu a liderança e empurrou Stephan para a quarta colocação. Já o francês Julien Epaillard foi o último a se apresentar e acabou em quarto, empurrando Stephan para quinto.

Rodrigo Pessoa e Stephan Barcha avançaram à final após apresentações sem faltas e dentro do tempo. O campeão olímpico em Atenas 2004 se classificou em 17º, e Stephen em 13º.

Rodrigo disputa as Olimpíadas pela oitava vez e tem três medalhas. O cavaleiro de 52 anos é o integrante mais velho da delegação brasileira e soma dois bronzes e um ouro.

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