Quem é a brasileira que não vai voltar da França e estará nas Paralimpíadas
O Brasil deu adeus à disputa do tênis de mesa feminino nas Olimpíadas de Paris, mas o confronto com a Coreia do Sul se tornou histórico. Bruna Alexandre foi à mesa e, pela primeira vez, uma atleta paralímpica defendeu o Brasil nas Olimpíadas.
A mesatenista, inclusive, não vai voltar da França e já se prepara para as Paralimpíadas, que vão acontecer entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro.
Quase 50 dias na França
Bruna chegou à Vila Olímpica no dia 22 de julho. No próximo dia 9, ela vai para Troyes, cidade a 160 Km de distância da capital e onde a seleção paralímpica vai fazer um período de aclimatação — eles vão entrar na Vila no dia 21.
O último dia de disputas da Classe 10 será no dia 7 de setembro, um antes do encerramento das Paralimpíadas. Bruna deve retornar ao Brasil apenas no dia 9, ficando quase 50 dias no país.
Todo esse sacrifício, de ficar mais de um mês em uma rotina de alto rendimento, valerá a pena. Não terei tempo para passear. Vão ser mais de 40 dias treinando, comendo de forma regrada e priorizando o descanso quando necessário Bruna Alexandre.
Aplaudida no ginásio
Bruna Alexandre integrou a equipe do tênis de mesa feminino. Ela atuou ao lado das irmãs Bruna e Giulia Takahashi.
A atleta foi à mesa em duas oportunidades. Formou dupla com Giulia na abertura do duelo, contra Suin Yubin e Jeon Jihee, e individualmente, quando enfrentou Lee Eunhye.
Foram duas derrotas, mas Bruna mostrou força. No jogo individual, a atleta fez frente em alguns momentos do jogo e chegou a pressionar a sul-coreana — os dois resultados negativos foram por 3 sets a 0.
Ao fim dos confrontos, foi aplaudida pelos presentes ao ginásio e muito celebrada pelas companheiras. Bruna retribuiu o carinho da torcida e o apoio das companheiras.
Foi uma noite muito especial. Vou lembrar disso todos os dias, é realmente inesquecível. Olha essa atmosfera, vou gravar um vídeo e ficar vendo sempre. Quero agradecer a todos os franceses pela torcida aqui para mim Bruna Alexandre.
Bruna quer ser exemplo
Bruna imagina que sua participação nas Olimpíadas vai além dos resultados. Ela quer se tornar um exemplo não apenas dentro do esporte.
Nas Paralimpíadas, Bruna atua na Classe 10. Ela teve o braço direito amputado quando tinha apenas três meses, devido a uma trombose, consequência de uma vacina aplicada à época.
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Quero receberNo começo da caminhada para realizar o sonho olímpico, ela conversou com o UOL. A entrevista foi em junho do ano passado
Eu penso que posso ajudar todas as pessoas com deficiência. A minha maior motivação é mostrar que uma pessoa com deficiência pode fazer tudo o que quer, independentemente se tem só um braço ou uma perna Bruna Alexandre.
"Para a minha carreira, vai ser algo especial, mas acho que jogar as Olimpíadas e poder ser uma inspiração, principalmente, às pessoas com deficiência, é muito importante para mim, minha motivação", completou..
Atualmente, a brasileira é a terceira do ranking mundial. Está atrás da polonesa Natalia Partyka e da australiana Qian Yang.
A catarinense conquistou bronze no individual e equipe na Rio-2016, e prata no individual e bronze por equipe nos Jogos de Tóquio. Na edição de Tóquio, inclusive, ela fez história ao se tornar a primeira atleta brasileira finalista no tênis de mesa.
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