Não é impossível, Brasil: quem já venceu 'Dream Team' dos EUA no basquete?

O Brasil enfrenta os Estados Unidos às 16h30 desta terça-feira (6) pelas quartas de final do basquete masculino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. O desafio do time brasileiro é difícil, mas não impossível: o Dream Team norte-americano já foi derrotado em outras ocasiões. Relembre abaixo.

O que é o Dream Team?

O Dream Team, ouro em Barcelona 1992
O Dream Team, ouro em Barcelona 1992 Imagem: Dimitri Iundt/Corbis/VCG via Getty Images

A seleção de basquete dos EUA ganhou esse apelido antes das Olimpíadas de Barcelona 1992 por reunir pela primeira vez um "Time dos Sonhos" com estrelas da NBA — antes, o regulamento não permitia a presença de profissionais, então os EUA utilizavam atletas universitários nos Jogos Olímpicos. O Dream Team original tinha nomes como Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird. A equipe conquistou o ouro sem perder nenhuma. Desde então, a expressão "Dream Team" é usada para se referir às seleções de basquete dos EUA, especialmente em competições internacionais.

Quem já venceu o Dream Team do basquete dos EUA na história?

LeBron James e Carmelo Anthony lamentam derrota dos Estados Unidos para a Grécia em 2006
LeBron James e Carmelo Anthony lamentam derrota dos Estados Unidos para a Grécia em 2006 Imagem: AFP PHOTO/KAZUHIRO NOGI

1. Mundial de Basquete de 2002 em Indianápolis

  • A Argentina venceu os EUA na fase de grupos por 87 a 80.
  • A Iugoslávia derrotou os EUA nas quartas de final por 81 a 78.
  • A Espanha também derrotou os EUA na fase de classificação para o 5º lugar por 81 a 75.

2. Olimpíada de Atenas, 2004

  • A seleção de Porto Rico derrotou os EUA na fase de grupos por 92 a 73.
  • A Lituânia também venceu os EUA na fase de grupos por 94 a 90.
  • A Argentina venceu os EUA nas semifinais por 89 a 81 e acabou conquistando a medalha de ouro.
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3. Mundial de Basquete de 2006, no Japão

  • A Grécia derrotou os EUA nas semifinais por 101 a 95.

4. Copa do Mundo de Basquete de 2019, na China

  • A França derrotou os EUA nas quartas de final por 89 a 79.
  • A Sérvia venceu os EUA na fase de classificação para o 5º lugar por 94 a 89.

5. Olimpíadas de Tóquio, 2021

  • A França venceu os EUA na fase de grupos por 83 a 76.
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6. Copa do Mundo de Basquete de 2023 nas Filipinas, Japão e Indonésia

  • A Lituânia venceu os EUA na fase de grupos por 110 a 104.
  • A Alemanha venceu os EUA nas semifinais por 113 a 111.
  • O Canadá derrotou os EUA na disputa pelo 3º lugar por 127 a 118.

É importante citar que o Dream Team não estava com todas as principais estrelas da NBA convocadas quando perdeu as partidas citadas acima, mas ainda assim tinha grandes nomes. Em Paris 2024, eles estão com grandes astros à disposição, como LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant.

O desempenho do Brasil contra o Dream Team

Kobe Bryant marca Leandrinho Barbosa em jogo entre Brasil e Estados Unidos em 2007, em Las Vegas
Kobe Bryant marca Leandrinho Barbosa em jogo entre Brasil e Estados Unidos em 2007, em Las Vegas Imagem: Nathaniel S. Butler/NBAE via Getty Images

Uma das vitórias mais famosas do basquete masculino brasileiro é sobre uma seleção dos EUA, no Pan de Indianápolis, em 1987. Aquele time, porém, não tinha profissionais. O Brasil nunca venceu os EUA com jogadores da NBA. Em competições oficiais, perdeu nas Olimpíadas de 1992 e 1996, nos Mundiais de 1994, 2010 e 2019 e nos Pré-olímpicos de 2003 e 2007. O mais perto que o Brasil chegou foi no Mundial de 2010, quando acabou derrotado por apenas dois pontos (70 a 68) na fase de grupos. Aquela seleção dos EUA tinha nomes como Kevin Durant e Russell Westbrook.

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O que o Brasil aposta para surpreender?

Bruno Caboclo em ação pelo Brasil durante partida contra o Japão nas Olimpíadas de Paris
Bruno Caboclo em ação pelo Brasil durante partida contra o Japão nas Olimpíadas de Paris Imagem: REUTERS/Michael Conroy

Técnico da seleção brasileira, o croata Aleksandar Petrovic aposta no histórico de jogos duros do Brasil e, principalmente, na fisicalidade dos brasileiros. "[Brasil] Não ganhou. Como eu vi, se falava no Mundial de Turquia, um arremesso errado de Marcelinho. Brasil historicamente jogou bem contra os EUA. Não ganhou, mas jogou bem contra seleções muitas fortes", diz.

O treinador minimizou a falta de experiência de alguns de seus jogadores diante dos astros da NBA. Há um grupo bem acostumado a jogar contra os rivais, como Marcelinho Huertas, Gui Santos, Bruno Caboclo, entre outros. E outros mais jovens como, Yago.

"Gente jovem não tem medo. Se trata de responder coisa importante: fisicamente em defesa. Quando sente que se pode colocar na quadra, e não sofrer defensivamente, penso que Brasil pode responder aos EUA. Não vou ser louco de dizer que vamos ganhar dos EUA. Mas penso que podemos responder no plano físico", completou Petrovic.

Ex-jogador da NBA, o assistente técnico Tiago Splitter entende que o passado não é um fator em jogos, mas a estratégia para enfrenta o atual time norte-americano. "Quem tem pela frente, como vamos atacar, como defender? É um time muito forte. No papel, é o mais forte. A gente aposta nas nossas chances", explicou.

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Brasileiro melhor nos 3 pontos do que Curry

Vitor Benite em ação pelo Brasil durante partida contra o Japão nas Olimpíadas de Paris
Vitor Benite em ação pelo Brasil durante partida contra o Japão nas Olimpíadas de Paris Imagem: Gregory Shamus/Getty Images

O armador Stephen Curry é o maior arremessador de três pontos da história da NBA. Mas, nas Olimpíadas de Paris-2024, o norte-americano tem o aproveitamento que não chega nem à metade do brasileiro Vitor Benite. Nas Olimpíadas, Curry só acertou 26% dos tiros de longe em três jogos.

Enquanto isso, o ala-armador Vitor Benite, reserva na rotação brasileira, teve aproveitamento de 56%. Ele tem média de 14,3 pontos por jogo em Paris-2024. Outros brasileiros também têm aproveitamento de três melhor do que Curry nas Olimpíadas. Gui Santos acertou 40% de seus arremessos de fora do perímetro, Marcelinho Huertas, 50%, e Yago Santos, 45%.

Antes dos Jogos, o próprio Curry reconheceu que teria de fazer uma adaptação para a linha de três nas regras da FIBA, que é mais próxima do que da NBA. "Essa é minha memória de músculo e sei onde está na quadra pela memória. É um pouco diferente. Você não está acostumado, e cai um pouco. Joguei cinco jogos e isso melhora. Você ganha a confiança de jogar", analisou.

Aleksander Petrovic, que armou um esquema especial para dobrar marcação sobre Curry, reconhece que seu desempenho está abaixo do normal nos Jogos. Mas entende que, em um jogo, ele pode se recuperar e acertar tudo. "Curry está acertando 5 de 18 atualmente, não está bem. Mas, quando se trata de Curry, pode meter todas em um jogo. Outro jogador quente é Kevin Durant. Terceiro Anthony Edwards. Quando entram no jogo, tem que fazer as dobras (de marcação)", analiso o treinador.

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