Surfe olímpico entrega de emoção a revolta, e Brasil finca pé nos pódios

O surfe olímpico proporcionou momentos emocionantes e gerou uma certa dose de revolta para os torcedores brasileiros que acompanharam a competição das Olimpíadas de Paris.

Além de baterias acirradas e ondas clássicas, o que todo mundo já esperava, os torcedores mais "desavisados" ou que não estavam acostumados a acompanhar a modalidade também tiveram uma experiência completa do esporte. Mesmo com desfecho de escassez de ondas.

Ainda assim, o Brasil conquistou duas medalhas, uma de prata (Tatiana Weston-Webb) e outra de bronze (Gabriel Medina). Em número de medalhas, o desempenho é superior ao de Tóquio, agora com a participação feminina nesse balanço. Mas o ouro, conquistado por Italo Ferreira no Japão, não apareceu no Taiti.

Baterias intensas (ou não)

As baterias variaram significativamente, como em toda competição de surfe. Algumas tiveram ondas perfeitas, enquanto outras desafiaram os atletas com longos períodos de espera.

Gabriel Medina sofreu com isso. Na semi, esperou uma onda por 20 minutos, que não veio. Foi eliminado com apenas uma onda somando em sua pontuação final. Justiça?

Nas redes, isso gerou dose de revolta, até porque a organização adiou a bateria por dias e não estendeu o programa da modalidade até que condições mais favoráveis se concretizassem.

O mesmo aconteceu com Jack Robinson, mas na grande decisão. Assim como Gabriel, contra o próprio australiano, ele perdeu a medalha de ouro com apenas uma nota em seu somatório. Sentou e a onda não veio.

Notas apertadas

O surfe olímpico também deu um gostinho (bom ou ruim) de como depender da avaliação dos juízes, principalmente no fim das baterias, pode não ser tão legal.

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A decisão feminina foi o momento em que mais chamou a atenção. Tatiana Weston-Webb surfou uma onda no último minuto, ouviu a buzina indicando o fim da bateria e aguardou sua nota.

Na expectativa pela virada, ficou a apenas 0,18 ponto de conquistar o ouro na última onda. Essa margem estreita de diferença mostrou como cada detalhe conta e como é difícil avaliar (e muitas vezes entender a avaliação) no surfe.

Mesmo assim, Tati entrou para a história do surfe feminino brasileiro, sendo a primeira medalhista do país.

Horas e mais horas de transmissão

Durante os Jogos Olímpicos, os fãs de surfe tiveram a oportunidade de assistir a várias horas consecutivas de transmissão, o que é raro em modalidades mais tradicionais, como basquete, vôlei e futebol, por exemplo.

Muitos dos dias tiveram pelo menos dez horas seguidas de transmissão no ar, seja com muita adrenalina e emoção, seja com apenas os narradores e comentaristas segurando na garganta enquanto as ondas não vinham.

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Momento histórico

Gabriel Medina não levou o ouro, mas entrou para história ao receber uma nota 9,90 nas oitavas de final. Essa pontuação é a mais alta já registrada em uma única onda no surfe olímpico e será lembrada por muito tempo.

Isso porque, ao sair da onda, foi fotografado 'voando' no céu, como um super-herói, uma foto viral de Gabriel imortalizando o momento, que rodou o mundo.

Medina ainda conquistou sua primeira medalha olímpica. Ele derrotou o peruano Alonso Correa na disputa pelo terceiro lugar para subir ao pódio em Teahupoo, no Taiti.

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