A 'medalha do quase': por que Dora Varella comemorou tanto o 4º lugar

Ser quarto lugar nas Olimpíadas costuma carregar um sentimento de frustração. Afinal, é a primeira posição que não recebe medalha. Mas para Dora Varella, quarta colocada no skate park feminino, o quarto lugar valeu muito — segundo ela mesma, tanto ou mais que um pódio.

"Nossa, ganhei a medalha do quase!", brincou a skatista, logo na primeira pergunta dos jornalistas após o fim da prova. Dora havia dito que queria "arriscar e se divertir". Fez as duas coisas, levantou o público na Place de la Concorde e deixará Paris com a certeza de que fez o que deveria ter feito.

"A posição não define nada. É só o que o juiz pensou naquele dia, o que você fez naquele dia, e isso não te define. O quarto lugar é um resultado incrível, não é porque não tem medalha que é um resultado ruim. Quarto lugar do mundo, meu Deus!", comemorou.

Dora Varella em ação no skate park feminino nas Olimpíadas de Paris
Dora Varella em ação no skate park feminino nas Olimpíadas de Paris Imagem: Mike Blake/Reuters

Dora entrou na final com a oitava nota das eliminatórias, a última dentre as competidoras que disputavam medalhas. O quarto lugar veio com 89.14 pontos, a 3.17 da britânica Sky Brown, terceira colocada. Na contramão do que costuma acontecer em outros esportes, não reclamou; muito pelo contrário.

"Acho que os juízes foram justos. As meninas que estão no pódio fizeram por merecer, fizeram voltas incríveis. Acho que eles gostaram de mim hoje. Tem vezes que eles odeiam, mas hoje acho que eles foram justos", afirmou.

O abraço

A poucos metros de onde Dora atendia à imprensa, a mãe, Paula Varella, estava impaciente. Havia uma grade entre ambas, e ela queria ver a abraçar a filha pela primeira vez após o fim da prova.

Enquanto a quarta colocada não terminava seus compromissos com a imprensa, Paula abraçava amigos, membros do Time Brasil e outros familiares. Para ela, a posição da filha também era uma medalha.

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"Ela foi ótima, fez tudo o que tinha que fazer. No skate, a disputa é dela consigo mesma, e ela conseguiu fazer o que tentou", disse Paula ao UOL. No meio da conversa, Dora finalmente chegou.

O abraço emocionado entre mãe e filha não deixava dúvidas. Para elas, a "medalha do quase" valia ouro.

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