Correnteza é desafio para Ana Marcela em busca do bi olímpico em Paris

Uma das provas mais esperadas das Olimpíadas de Paris acontece na madrugada desta quinta-feira (8). As brasileiras Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut irão nadar nas águas do Rio Sena em busca de mais uma medalha para o Brasil.

Muito tem se falado na preocupação com a qualidade da água do rio que cruza Paris, mas há um outro desafio a ser superado caso a prova se confirme: a correnteza. Metade do percurso de 10 quilômetros será realizada contra a fluência do Sena e, com isso, os atletas terão que fazer mais esforço.

Na quarta-feira, atletas e técnicos puderam fazer o reconhecimento do local de competição e analisaram bem as características do rio, que passou por um processo de despoluição em prol do legado olímpico. Alguns nadadores preferiram não entrar na água, como foi o caso do Brasil. Ana e Vivi estão treinando em piscinas, o que já era previsto independente das notícias sobre a qualidade da água do Sena, de acordo com a CBDA.

Eu não diria que treinar na raia especificamente seja fundamental, eu diria que é importante você conhecer a raia. Na quarta, muitos dos atletas estavam no local, entenderam as correntezas e se familiarizaram com o que vão se deparar. Na minha visão, não há um prejuízo técnico de você entrar na água ou não. Há um prejuízo se você não conhecer o local, e eles já notaram que mais de 50% da prova vai ser feita em corrente contrária, muito forte, por sinal.
Alex Pussieldi, comentarista de natação da CazéTV

O percurso planejado para a maratona aquática vai da Ponte Alexandre III até a Ponte de l'Alma. A distância entre as duas ligações no centro de Paris, correspondente ao trajeto de ida e volta, é de cerca de um quilômetro. Sendo metade, sempre em correnteza contra.

A força do fluxo da água pode tornar a prova mais lenta e exaustiva para os atletas. Para minimizar esse efeito, segundo Pussieldi, os atletas farão o percurso pela costa do rio Sena e isso foi concluído justamente após o período de reconhecimento.

Todas as provas têm suas dificuldades. [A desta quinta] vai ser um desafio para os atletas, principalmente por causa da corrente contrária. Cada prova de águas abertas tem cenários distintos: Águas, às vezes, muito quentes, muito frias, corrente alta, corrente baixa, etc.

Então, existem nadadores que tiram vantagem em relação a isso. Eu acho que a Ana Marcela é capaz de se adaptar a qualquer ambiente. Creio que isso talvez seja o grande potencial dela, se adapta a qualquer situação. Eu acho que isso coloca ela em uma boa vantagem para essa prova.
Alex Pussieldi, comentarista de natação da CazéTV

A maratona aquática começa às 2h30 (de Brasília) desta quinta-feira. Ana Marcela Cunha entra na água para defender sua medalha de ouro conquistada nos Jogos de Tóquio.

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