O sonho durou 90s: como o Brasil fez 10 a 0 e envolveu Dream Team dos EUA

Diante de um rival mais forte, quase imbatível, qualquer instante de glória é motivo de comemoração: por 90 segundos, a seleção brasileira fez 10 a 0 contra os Estados Unidos, na noite de terça-feira, pelo torneio masculino de basquete das Olimpíadas de Paris. O placar final foi de 122 a 87 para o "Dream Team".

O momento de glória aconteceu no segundo quarto e começou quando os americanos venciam por 40 a 21.

A 5min58s para o fim do período, Lucas Dias reduziu a desvantagem com uma enterrada. Na sequência, depois de um ataque ruim dos EUA, Georginho acertou um arremesso de três. 40 a 26.

O técnico Steve Kerr pediu tempo e fez quatro substituições. Lucas Dias roubou uma bola de Stephen Curry, e na sequência Marcelinho Huertas acertou outra bola de três: 40 a 29.

Naquele momento, os EUA tinham em quadra Lebron James, Jayson Tatum, Joel Embiid, Jrue Holiday, além do próprio Curry.

LeBron James (EUA) marcado por Georginho e Bruno Caboclo (Brasil) nas quartas de final do basquete nas Olimpíadas
LeBron James (EUA) marcado por Georginho e Bruno Caboclo (Brasil) nas quartas de final do basquete nas Olimpíadas Imagem: LUIS TATO/AFP

Quando Holiday errou um arremesso de três pontos e Bruno Caboclo pegou o rebote, a torcida brasileira na arena se levantou. Huertas recebeu o passe e arremessou para fazer mais dois pontos: 40 a 31. A diferença estava em nove pontos, e o Brasil acabara de marcar 10 pontos seguidos.

Quando o furacão brasileiro acabou, o relógio mostrava 4min28s para o fim do período. Foram 90 segundos de sonho. Um minuto e meio em que pareceu possível peitar os astros da NBA.

"Quando eu falo do jogo hoje, o único que me dói é aquele momento em que colocamos uma parcial de 10 a 0, no início do segundo quarto, quando chegamos a 40 a 31. Naquele momento, os jogadores começaram a cortar os ataques, começamos a arremessar depois de apenas 2 ou 3 segundos, pensando que estávamos num bom ritmo, e não era pra fazer isso", disse o técnico Alexsandar Petrovic.

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Stephen Curry tenta fazer o desarme durante Brasil x EUA no basquete masculino das Olimpíadas
Stephen Curry tenta fazer o desarme durante Brasil x EUA no basquete masculino das Olimpíadas Imagem: Aris MESSINIS / AFP

Os erros do Brasil nos lances seguintes custaram caro. O segundo quarto acabou com vantagem de 27 pontos para os EUA: 63 a 36.

"Eles foram um oponente muito forte, talvez esse tenha sido o melhor jogo deles, porque eu vi todos, desde os amistosos. Acho que eles estavam muito bem preparados para o jogo de hoje", acrescentou o treinador.

Em seus 90 segundos de sonho, a seleção brasileira conseguiu trabalhar bem a bola e explorar as dificuldades dos norte-americanos na defesa. Mas o breve período, em que o time fez 10 pontos a 0 foi uma exceção.

"Acho que faltou um pouco mais de estratégia para esses momentos, quando acontecesse e a gente poder saber o que fazer. Mas acho que a gente fez um bom trabalho, a gente fez o máximo que pode. Muitos jogadores vão levar isso como um aprendizado e com certeza vão melhorar para o próximo campeonato", avaliou Bruno Caboclo, cestinha da partida com 30 pontos.

O plano de Petrovic e da comissão técnica, de tentar jogadas mais longas, esperando por uma desorganização defensiva dos norte-americanos, não deu certo. Mas, naqueles 90 segundos, técnico e jogadores fizeram a torcida brasileira sonhar.

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