Sargento Bia? Qual a relação dos atletas brasileiros com as Forças Armadas

Nas Olimpíadas de Paris, 98 atletas brasileiros, representando 35% da delegação, são militares, conquistando cinco das sete medalhas do país até agora. Na maioria das vezes, esses atletas não buscam a carreira militar, mas um lugar no Paar (Programa Atletas de Alto Rendimento), que foi criado para reforçar a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível.

O que aconteceu

A participação de militares brasileiros nos Jogos Olímpicos de Paris é significativa. Ao todo, 98 dos 276 atletas brasileiros são militares, correspondendo a 35% da delegação.

O alistamento traz uma série de benefícios que auxiliam os atletas a se sustentar e focar nos treinos. Os atletas se alistam temporariamente (por até oito anos) para receber salário, assistência médica e odontológica, além de acesso à infraestrutura das Forças Armadas para treinos. Esses benefícios são fornecidos pelo Paar (Programa Atletas de Alto Rendimento), criado em 2008 pelo Ministério da Defesa.

Diversidade de modalidades dos atletas militares em Paris. Na competição, são 55 mulheres e 43 homens divididos em 21 modalidades, incluindo atletismo e levantamento de peso. Entre os atletas, 43 são da Marinha, 31 do Exército e 24 da Aeronáutica.

O programa é considerado uma fonte de renda essencial. O programa Paar é crucial para atletas de esportes com menor aporte financeiro, permitindo que permaneçam alistados por até oito anos, desde que obtenham bons resultados.

Vantagens do programa

Os atletas que participam do Programa tem acesso a um grande número de benefícios, tais como:

  • Salário: Garantia de remuneração mensal.
  • Assistência médica e odontológica: acesso a serviços de saúde completos.
  • Infraestrutura de treinamento: utilização das instalações esportivas das Forças Armadas.
  • Apoio multidisciplinar: suporte de fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos.
  • Alojamento: disponibilidade de acomodações durante treinamentos e competições.
  • Formação militar básica: conhecimento sobre legislação e conduta militar.
  • Reciclagem anual: atualização e reforço de conhecimentos militares.
  • Possibilidade de permanência por até oito anos: estabilidade na carreira esportiva.
  • Participação em acampamentos de sobrevivência: treinamento em técnicas de sobrevivência na natureza.
  • Premiações: bonificações por conquistas esportivas.
  • Equipamentos e instalações de ponta: acesso à tecnologia de ponta para treinamento.
  • Integração com equipes técnicas: colaboração com técnicos e especialistas das Forças Armadas.

Primeiras medalhas

As primeiras medalhas do Brasil em Paris foram conquistadas por militares. O sargento da Marinha Willian Lima, 24, ganhou a primeira medalha do Brasil em Paris, uma prata no judô. A também judoca Beatriz Souza, sargento do Exército, conquistou o primeiro ouro do país.

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Beatriz Souza recebe R$ 4.000 mensais como sargento do Exército. Além do salário fixo, a atleta conquistou uma premiação de R$ 350 mil, oferecida pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) por sua vitória na França.

Embora tenham título de sargento, esses atletas não têm as mesmas obrigações que militares de carreira. Contudo, precisam cumprir deveres de conduta e se submeter a processos seletivos rigorosos para ingressar no programa.

O capitão do Exército, Philipe Chateaubrian, é o único militar de carreira na delegação, competindo no tiro esportivo. Ele foi o primeiro brasileiro a se classificar para Paris, após vencer o Campeonato das Américas de Tiro.

Nas últimas três edições das Olimpíadas, os militares conquistaram 26 das 57 medalhas brasileiras. Nos Jogos de Tóquio, 92 militares fizeram parte da equipe, ganhando 8 das 21 medalhas do Brasil.

Continência como gesto de respeito. A prática de prestar continência no pódio é comum entre os atletas militares, simbolizando respeito e agradecimento ao apoio das Forças Armadas. O gesto ganhou destaque nas Olimpíadas de Tóquio e continua em Paris.

Os atletas do Paar recebem apoio contínuo das Forças Armadas, incluindo treinamentos e reciclagens anuais. A estrutura fornecida é essencial para seu desenvolvimento e sucesso nas competições internacionais.

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