Brasil volta de Paris dourado por causa, exclusivamente, de suas mulheres
O ouro de Duda e Ana Patrícia no vôlei de praia, em uma performance monstruosa contra as canadenses Melissa e Brandie, só confirmou que a Olimpíada de Paris, para o Brasil, foi feminina. Fosse pelos homens, a delegação brasileira voltaria para casa sem medalhas de ouro.
Os três títulos olímpicos que o país conquistou até agora foram femininos:
Relacionadas
- Rebeca Andrade no solo da ginástica artística.
- Bia Souza nos pesados do judô.
- Duda e Ana Patrícia na praia.
Resta, ainda, uma esperança. A seleção de Lorena e Gabi Portilho enfrenta os EUA amanhã (10), às 12h, na final do futebol feminino.
E os homens?
Hoje, os últimos favoritos verde-amarelos superaram adversidades e, nem assim, foi o suficiente para o ouro.
Alison Piu, campeão mundial de 2022 dos 400m com barreira, marcou um tempo que seria suficiente para a vitória em 23 das 28 vezes que esta prova foi disputada em Olimpíadas. Em Paris, valeu apenas o bronze, mesma posição que o brasileiro obteve em Tóquio-2020.
Antes, veio Isaquias Queiroz. Quem assistiu à final do C1 1000 ficou impressionado. O brasileiro vinha em quinto lugar quando passou pela marca de 750 metros. Mas acelerou e teria passado todo mundo se a prova tivesse mais 100 metros. Mas não tinha e um tcheco ficou na frente.
A prata que Isaquias conquistou o levou ao segundo lugar na lista de maiores medalhistas do país, com cinco conquistas. Em primeiro? Sim, uma mulher, Rebeca Andrade, dona de seis medalhas.
Foi uma tendência em toda a Olimpíada. Tirando o primeiro pódio dos Jogos, a prata que Willian Lima conquistou no judô, as mulheres lideraram o quadro de medalhas brasileiro desde o dia 1 —minutos depois de Willian, Larissa Pimenta, também do judô, e Rayssa Leal, do skate, fizeram as medalhas femininas pularem à frente.
No total, são 11 pódios conquistados por mulheres (incluindo o do futebol), 7 por homens e um misto (no judô por equipes). Podem ser 12, já que a seleção feminina de vôlei ainda decide o bronze.
E se você acha que ainda resta esperança para os dois últimos dias olímpicos, um recado: se acontecer uma surpresa e o Brasil subir ao pódio em uma modalidade em que ninguém aposta, esse pódio será, também, de uma mulher, já que a participação brasileira em Paris será fechada por Laura Amaro no levantamento de peso, Isabela Abreu, no pentatlo moderno, Ana Paula Vergutz, no K1 500, e Valdenice Nascimento, no C1 200, ambas na canoagem.
Sem recorde, mas 2ª em número de medalhas
A sexta-feira também definiu que o Brasil não vai chegar ao recorde de medalhas conquistadas. Com 19 pódios assegurados até aqui e um que ainda pode acontecer, o posto seguirá com Tóquio-2020. O desempenho no total é, no mínimo, igual ao da Rio-2016.
"Entendo que vale mais o número de medalhas do que o de ouros. Porque um país pode ter só três ouros e ficar na frente de outro com 20 medalhas", disse Ney wilson, diretor de esportes de alto rendimento do COB. "Nossa intenção é sempre melhorar", finalizou.
A meta brasileira era ficar entre o 12º e 15º lugar no quadro de medalhas. Considerado o quadro por ouros, o Brasil está na 17ª posição. Pelo total, é 12º. Depois das Olimpíadas, com os resultados completos, o COB também analisa como serão distribuídas as verbas entre as modalidades. Aí, valem, além das medalhas, o desempenho geral nos Jogos, incluindo, por exemplo, classificações para finais.