Campeão dos 200m chama Lyles de arrogante e esquenta clima em coletiva
Colaboração para o UOL, em Paris
09/08/2024 09h52
O clima esquentou na entrevista coletiva com os três medalhistas dos 200m rasos, ontem (8) à noite, no Stade de France, em Paris. De perfil muito diferente do de Noah Lyles, o campeão Letsile Tebogo disse que não se vê como a nova cara do atletismo porque não é arrogante como o rival.
"Não creio que possa ser a cara do atletismo porque não sou uma pessoa arrogante ou barulhenta como Noah, então acho que o Noah que é a cara do atletismo", afirmou o corredor de Botsuana, que tem apenas 21 anos.
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Lyles não participou da coletiva, apesar de ter ganho a medalha de bronze. Ele e a federação de atletismo dos Estados Unidos esperaram o fim da prova para revelar que o velocista havia testado postiivo para covid dois dias antes. Diferente de Tóquio-2020, não há nada que o proíba de competir infectado em Paris.
O norte-americano, que já havia vencido os 100m, entrou na pista de forma perfomática, como de costume, saltando e correndo por todos os lados. Derrotado por Tebogo, saiu da pista esbaforido, precisou de atendimento médico e acabou retirado da área de competição de cadeira de rodas.
Na zona mista, de máscara e cabisbaixo, confirmou que estava com covid, isolado em um hotel. Pelo X (ex-Twitter), depois, parabenizou Tebogo. "Sei que você teve um ano difícil fora da pista e, apesar disso, superou tudo", escreveu, em referência ao fato de Tebogo ter perdido a mãe em maio.
Ao fim da prova, o corredor de Botsuana, que deu a primeira medalha de ouro da história do seu país, mostrou para uma câmera da transmissão oficial uma inscrição em sua sapatilha com a data de nascimento dela.
"Realmente significa muito para minha falecida mãe, porque ela sempre sonhou em chegar aqui. Acho que minha irmãzinha está na arquibancada, não sei onde ela está sentada, mas acredito que ela esteja feliz, ela a está representando enquanto está aqui. Então significa muito para todos: o país, o continente e minha família em geral", disse Tebogo, que passou pela zona mista sem abrir sorrisos, apesar do primeiro ouro da África nessa prova.