De volta após suspensão, Marta não está garantida como titular na final
O treinador da seleção brasileira feminina de futebol, Arthur Elias, não garantiu a presença de Marta na disputa pelo ouro contra os Estados Unidos, que será disputada neste sábado (10) a partir do meio-dia, pelo horário de Brasília. A partida vai marcar a despedida da jogadora de 38 anos, que já foi eleita a melhor do mundo em seis oportunidades, dos Jogos Olímpicos.
Marta foi expulsa durante o jogo contra a Espanha ainda na fase de grupos das Olimpíadas, e pegou dois jogos de gancho, perdendo o jogo de quartas de final contra a França e o da semifinal, quando o Brasil voltou a enfrentar as atuais campeãs do mundo.
"Ainda não definimos a escalação. É tudo muito intenso, muito corrido. E as decisões são tomadas a partir do dia a dia, do que a gente trabalha com as jogadoras, da recuperação delas em especial, o que é muito importante", explicou o treinador.
"Ela será incluída, assim como todas, neste método de trabalho, escolhendo o time de início e as trocas de acordo com o que a gente achar melhor para a seleção brasileira."
Arthur Elias explicou que, mesmo com todo o peso que Marta carrega, ele não pretende passar por cima de sua metodologia para garantir que ela esteja no time titular.
"Fizemos uma reunião ontem (8) com o pessoal de performance e vamos fazer outra reunião hoje à noite e, aí sim, vamos tomar uma decisão sobre as 11 que iniciam e as atletas que certamente irão entrar. É muito bom para a gente contar com o retorno da Marta com tudo o que ela entrega para a seleção em termos de qualidade e experiência e pelo que ela representa".
Essa segunda reunião será realizada depois do último treino da seleção brasileira antes da final, que acontece no mesmo horário do jogo nesta sexta-feira já em Paris, onde a seleção está hospedada. A partida da final será no Parc des Princes, em Paris.
Do lado das jogadoras, Angelina reforçou que durante todo o torneio, mesmo antes de expulsão, havia a motivação extra dentro do grupo para ajudar Marta a chegar a mais uma final olímpica. Será sua terceira final. Em 2004 e 2008, Marta estava no grupo que conquistou a medalha de prata, perdendo justamente para os EUA.
"Teve essa motivação [de dar mais uma final para a Marta mesmo com ela fora do time], mas a motivação de chegar à final existia desde o começo do campeonato. Claro que as circunstâncias foram um motivo a mais para a gente ir com garra e determinação para essa final", disse Angelina.
"É claro que a gente deseja dar essa final para a Marta, por tudo o que ela fez pelo futebol feminino. É muito mais que merecido ela estar disputando essa final e ter essa medalha de ouro porque ela deu visibilidade, ela lutou da forma dela pelo futebol feminino e merece muito essa final."
Falando sobre as derrotas anteriores para as americanas, lembrando que a última vitória do Brasil sobre os EUA foi há 10 anos, Arthur lembrou que, além de Marta, não há mais ninguém no grupo remanescente daquela geração.
"Sempre olhei o futebol feminino brasileiro pensando que poderíamos chegar em momentos decisivos e vencer. Eu não tenho nada a ver com que aconteceu no passado. A Ange não tem nada a ver, só a Marta estava presente - e o fato dela estar aqui só mostra o tamanho dela, estando aqui, atuando bem e entregando muito para a seleção brasileira. Essa memória, esse grupo não tem. Nem a imprensa, nem os torcedores brasileiros precisam ficar preocupados com isso. Vamos jogar futebol, dentro de um plano estratégico, com uma seleção muito unida e com orgulho de representar o país, com atletas talentosas que o mundo está descobrindo."
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