Brasil emociona com choro e superação, mas não vai à final na ginástica

O conjunto de ginástica rítmica do Brasil, formado por Déborah Medrado, Duda Arakaki, Nicole Pircio, Sofia Madeira e Victória Borges, gerou, provavelmente, a maior comoção do dia na Arena Porte de la Chapelle. Quando elas terminaram sua segunda apresentação, nas fitas e bolas, todas as integrantes do conjunto começaram a chorar e uma delas, Victória, teve de deixar o tablado carregada pela técnica Camila Ferezin.

A cena gerou aplausos do público, que reconheceu o esforço máximo da brasileira, que sofreu uma lesão na panturrilha esquerda 10 minutos antes de se apresentar e, em condições normais, não poderia competir. Victória, porém, não quis desistir e, com ajuda dos médicos da seleção, aplicou uma bandagem no local lesionado foi ao tablado.

As atletas a apoiaram e fizeram uma bela performance. O público rapidamente notou que algo estava errado, porque no mix enérgico de músicas brasileiras na segunda rotação, Victória pouco se movimentou porque seguia com muita dor. Ela foi até o fim e assim que a coreografia chegou ao fim todas desabaram juntas, abraçadas em lágrimas sob aplausos e gritos incessantes do público.

O time, porém, está fora da fase final. Mesmo com uma apresentação simplificada pela lesão de Victória, as brasileiras quase conseguiram a vaga na briga pelo pódio olímpico: terminaram a etapa em nono lugar. A última vez que o país esteve na decisão por medalhas foi há 20 anos, em Atenas-2004.

A gente conseguiu realizar o nosso sonho, sabe? Agora, a gente só quer que ela fique bem, antes de qualquer resultado. Porque a gente sabe que a gente vai recuperar. Todo atleta está sujeito a isso, até mesmo na competição da vida. É um misto de sentimentos, mas o que prevalece é o orgulho, porque a gente deu o nosso máximo. Duda Arakaki, ao UOL

A prova

Na primeira apresentação com os cinco arcos e a música I wanna Dance with Somebody, as brasileiras conseguiram uma boa performance com a nota 35.950.

Na segunda rotação, com três fitas e duas bolas, Victória Borges entrou no tablado mancando após sentir uma lesão na panturrilha 10 minutos antes do retorno e não conseguiu realizar os movimentos de dificuldade completos, precisando improvisar. As brasileiras terminaram a apresentação com a nota 24.950, e ampararam a colega lesionada.

O conjunto tem ginastas reservas, mas só poderia substituir alguma atleta antes de começar a competição. A partir do momento que as cinco atletas entraram no tablado, não é permitido mais fazer alguma mudança para as fases seguintes.

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É um misto de sentimentos, mas o que prevalece é o orgulho, porque a gente deu o nosso máximo. No aquecimento, dez minutos antes de entrar na quadra, a Victória sentiu a panturrilha. Nosso médico estava lá com a gente, a Camila e o Bruno (médico) lidaram da melhor maneira possível. Vic foi atendida, fizeram uma bandagem e ela quis tentar competir. A gente conseguiu fazer uma série muito bonita, mas ela não deu o máximo dela, só que ela não tinha condições ainda de fazer as dificuldades corporais. Ela precisou marcar, por isso que a nota não subiu tanto.
Duda Arakaki

Como funciona a competição

Os conjuntos são compostos por cinco ginastas realizam duas rotinas: a primeira com todas utilizando o mesmo aparelho (5 arcos) e outra com a série mista (3 fitas e 2 bolas). A pontuação segue os critérios de dificuldade, execução e artístico.

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