'Um gesto de ok': entidades defendem técnica húngara após sinal polêmico
A Federação Internacional de Ginástica (FIG) e o Comitê Olímpico Húngaro saíram em defesa da treinadora Noémie Gelle, que fez um gesto supostamente supremacista durante a prova individual de ginástica rítmica, na quinta-feira (8), em Paris.
Ainda sentada na área de competição para aguardar a nota de desempenho de sua ginasta, Fanni Pigniczki, Gelle aproveitou o momento em que estava focada pela câmera de transmissão dos Jogos e realizou um gesto com as mãos que pode ser interpretado como um "sinal de supremacia branca".
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O sinal feito com três dedos sustentados se parece com um 'W', e o círculo feito com o polegar e o indicador se assemelha à cabeça de um 'P', juntos representando o "White Power", "Poder Branco".
Em contato com o UOL, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) tratou o gesto como um sinal de "ok". A entidade fez referência a um texto da Liga Anti-difamação, que afirma que o gesto "é usado desde o século 17, na Grã-Bretanha, e significa entendimento, consenso, aprovação ou bem-estar".
A FIG disse, ainda, que reconhece que o gesto "tem um significado particular no Brasil" e que recebeu perguntas apenas de meios de comunicação brasileiros sobre o episódio, mas ponderou que "os Jogos Olímpicos são um evento internacional, com uma audiência internacional".
A federação também condenou os ataques de brasileiros às redes sociais da ginasta húngara Fanni Pigniczki. "Não há lugar para esse tipo de coisa na ginástica, e a FIG condena essas atitudes de forma veemente".
Também procurado pela reportagem do UOL, o Comitê Olímpico Húngaro foi na mesma linha. "Entramos em contato com a treinadora, e ela disse que queria que o desempenho de sua atleta fosse uma marca de excelência. Não houve qualquer contexto intencional no gesto que ela fez com as mãos".
Na mesma resposta, a funcionária do comitê olímpico do país enviou um emoji com o símbolo de "ok".
O UOL também entrou em contato com o Comitê Olímpico Internacional (COI), que ainda não se manifestou sobre o episódio. A reportagem será atualizada assim que houver uma resposta da entidade.
Precedente
O caso não seria o primeiro deste tipo nos Jogos Olímpicos de Paris. Durante as provas do skate street feminino, um funcionário da OBS, o serviço de transmissão olímpico, fez um gesto semelhante. Ele teve a credencial das Olimpíadas retirada.