EUA lamentam perda de bronze e revelam ataques a Chiles; irmã cita racismo

A Federação de Ginástica dos Estados Unidos (USA Gymnastic) lamentou a decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) sobre a mudança na nota de Jordan Chiles no solo das Olimpíadas de Paris, que pode alterar o pódio da competição — famoso pela foto de Rebeca Andrade sendo reverenciada por Simone Biles e Chiles.

Em nota, a entidade cita "ataques violentos" à ginasta nas redes sociais. Jazmin Chiles, irmã de Chiles, fez postagens em que citou racismo e protestou quanto à decisão da retirada do bronze olímpico.

Principal nome da ginástica norte-americana, também Biles foi às redes sociais e desejou força à companheira de equipe. "Estou te enviando muito amor, Jordan. Mantenha seu queixo erguido, campeã olímpica. Amamos você"

O que aconteceu

A Corte Arbitral do Esporte (CAS) confirmou, em comunicado neste sábado (10), a mudança de nota de Jordan Chiles. A avaliação caiu de 13.766 para 13.666.

A norte-americana desceu de posição e deu lugar a Ana Barbosu. A romena estava na terceira posição, com a nota de 13.700, antes da revisão requerida pelo Time Estados Unidos.

De acordo com o CAS, a nota foi novamente alterada devido ao prazo do pedido. Os Estados Unidos teriam feito o requerimento de revisão após um minuto do anúncio da nota, tempo máximo determinado para o recurso.

Sobre as medalhas, o CAS afirmou que vai deixar a situação por conta da FIG (Federação Internacional de Ginástica). "A FIG determinará a classificação final do solo e atribuirá as medalhas de acordo com a decisão".

Os Estados Unidos lamentaram a mudança e revelaram ataques a Chiles. A nota cita ainda ataques "extremamente violentos nas redes sociais".

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A irmã de Chiles falou em racismo. Em postagens nas redes sociais, ela falou que o "racismo existe e está vivo", e criticou a perda do terceiro lugar. "Seu bronze foi retirado em 4 segundos de tempo que nunca teria sido necessário se os juízes fizessem seu trabalho".

O que disse a federação dos EUA

"Estamos arrasados com a decisão da Corte Arbitral do Esporte em relação aos exercícios de solo feminino. A investigação sobre o valor da dificuldade dos exercícios de solo de Jordan Chiles foi apresentada de boa-fé e, acreditamos, de acordo com as regras da FIG para garantir uma pontuação precisa.

Ao longo do processo de recurso, Jordan foi alvo de ataques consistentes, totalmente infundados e extremamente violentos nas redes sociais. Nenhum atleta deveria ser submetido a tal tratamento. Condenamos o ataque e aqueles que se envolvem, apoiam ou instigam. Elogiamos Jordan por se comportar com integridade, tanto dentro como fora da competição, e continuamos a apoiá-la."

O que disse Jazmin Chiles

Parte 1: "Por favor, mantenham Jordan (e minha família) em suas orações. O racismo é real, existe, está vivo e bem. Eles oficialmente, cinco dias depois, retiraram-lhe uma de suas medalhas. Não porque ela não ganhou, não porque estava dopada, não porque ela ultrapassou os limites. Não porque ela não fosse boa o suficiente. Mas porque os juízes não lhe deram dificuldades e forçaram a abertura de um inquérito. Quatro segundos. Seu bronze foi retirado em quatro segundos de tempo que nunca teria sido necessário se os juízes fizessem seu trabalho. Eu te amo, querida irmã"

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Parte 2: "Só para vocês saberem - na história das olimpíadas ninguém nunca perdeu sua medalha por isso. Além disso, existem duas maneiras de perder uma medalha: trapaça ou doping. Ela não fez nenhum dos dois"

Parte 3: "Só para deixar claro: o racismo está por trás dos comentários vulgares e vis que estão sendo feitos em relação à minha irmã. É sobre isso o que estou falando. Não estou dizendo que as jovens meninas são racistas ou dizendo que é a causa raiz. Estou dizendo que ele está vivo porque, nos últimos cinco dias, ela foi chamada: preta, macaca, nega, e muito mais".

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