Gabi enaltece Thaisa após adeus à seleção: 'Tem que reverenciar'
Colaboração para o UOL, em São Paulo
10/08/2024 15h22
A vitória sobre a Turquia significou, além da medalha de bronze, que Thaisa deixa a seleção brasileira feminina de vôlei com um último ato vitorioso.
O que aconteceu
Gabi encheu Thaisa de elogios. Em entrevista à TV Globo após a partida, a camisa 10 da seleção brasileira falou sobre o impacto positivo da presença da veterana de 37 anos em Paris.
"Resiliência, superação, liderança, força, foco e dedicação". Gabi exaltou Thaisa e agradeceu-a pela dedicação em seu último torneio com a camisa da seleção.
A gente tem que reverenciar essa mulher. O que ela representa para o nosso esporte, não só para o voleibol brasileiro. O que essa mulher jogou com dor a temporada inteira. Ela topou voltar, e merecia a medalha de ouro. A gente falou que não ia sair dessa competição sem mais uma medalha olímpica para ela. Porque ela representa resiliência, superação, liderança, força, foco e dedicação. A gente tem que agradecer muito, porque sem ela não teríamos conquistado essa medalha Gabi, à TV Globo
Thaisa já havia destacado o papel de Gabi e de outros nomes da nova geração no bronze olímpico. A três vezes medalhista olímpica afirmou que as atletas mais jovens integraram-na ao elenco com carinho e esforço.
Agradeci muito as meninas, a Gabi, por tudo que elas fizeram e se esforçaram por mim. Queria muito trazer o ouro para elas, ajudar. Mas esse bronze vale ouro, na real, porque esse grupo merece os louros. Nunca vi um grupo tão dedicado, querendo tanto. A minha geração lá atrás também queria, mas é diferente. Sinto uma gana diferente desse grupo muito novo, se encontrando Thaisa
Gabi e Thaisa foram as principais pontuadoras do Brasil na disputa pelo bronze. A camisa 10 foi o grande nome do jogo com 28 pontos, e a veterana teve 17, sete deles de bloqueio.
O que mais Thaisa disse
O adeus: "Acabou. Vamos falar de outra coisa (às lágrimas). Acabou. Quando abracei meu marido eu falei isso, 'Acabou'. Ele não tinha entendido o 'Acabou'. É um acabou de encerrou o ciclo. Foi uma vida dentro da seleção, tanto de base quanto adulta. Só a gente que está aqui sabe tudo que a gente passa, tudo que tem que superar e aguentar para estar aqui. Não é fácil. E acabou agora."
Integração ao elenco: "Estou feliz e triste ao mesmo tempo. Só tenho que agradecer demais a esse grupo que me acolheu com muito amor e carinho. Elas nunca pensaram em outra geração, pelo contrário, me acolheram como se eu fizesse parte daquilo ali. Elas me abraçaram, eu era 'mami' mesmo delas, e foi maravilhoso enquanto durou. Só quero assisti-las e torcer muito, tenho certeza que virão muitas medalhas pela frente."
Dores: "O empenho, o esforço, a dedicação, o querer fazer. Não é só na quadra, é em tudo nessa vida. Quando a gente está no quarto, de folga, tudo. A gente trabalha o tempo, 24 horas pensando nisso. Principalmente nessa situação de campeonato, a gente não vive outra coisa. Muitas vezes a gente deixa de lado família, abdica de tudo para estar aqui e viver isso. Vira uma família mesmo, uma dando suporte à outra e ajudando. Elas me ajudaram demais. Não é simples. Para mim está sendo muito difícil. Estou com algumas dores, todo mundo já sabe, e que é normal, atleta é isso. Vai ter dor mesmo e paciência. Eu escolhi estar aqui, tenho que dar um jeito de performar e ajudar o time."
Companheirismo: "Essa medalha coroa toda essa trajetória, essa dificuldade, o que eu tive que passar para estar aqui de volta. Mas eu não seria nada sem as meninas, sem o grupo, sem uma por uma dando seu melhor. Eu não ia conseguir fazer nada sozinha. Elas falavam 'quero ganhar por você', 'fazer por você'. Elas pensavam muito em mim, e isso trazia um quentinho no coração. Porque é muito gostoso saber que o grupo torce e quer coisa boa e sucesso para outra colega."