Jade confirma desejo de ser mãe: 'Já vi meninas competirem grávidas'

Em 2007, quando conquistou o ouro no solo nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, Jade Barbosa era uma promessa da ginástica. De lá para cá, a carioca faturou três medalhas em Mundiais e marcou seu nome na história da ginástica brasileira. Em Paris 2024, como veterana e "mãezona" do time aos 33 anos, finalmente subiu ao pódio olímpico com o terceiro lugar por equipes.

Mas e agora? O que resta para Jade na ginástica? É hora de descansar ou a atleta do Flamengo tem disposição para mais? Nem ela tem certeza, mas ânimo não falta. E o papel de mãezona da equipe pode ser exercido de forma literal em um futuro não muito distante. Confiram o que ela disse nesta sexta-feira (9), em entrevista para o UOL no Parque Time Brasil na zona oeste de São Paulo, onde ela e suas colegas exibiram suas medalhas e conversaram com jornalistas.

Sobre a medalha e seu senso de realização

"Bom, eu estou muito, muito realizada mesmo, eu sinto que o esporte me deu tudo de mais legal que ele podia me dar. Eu achei que realmente só as medalhas me realizariam. Quando eu entrei, quando criança, é claro que eu queria competir, mas eu achei que só as medalhas me realizariam. Hoje eu me realizo de diversas formas no esporte."

Sobre sua continuidade na ginástica

"Eu amo estar com essa equipe, eu sei que essa equipe ainda vai permanecer um bom tempo, e eu me prometi que faria ginástica até o momento que eu ainda tivesse excelência técnica, e eu ainda continuo tendo essa excelência técnica. Por isso que eu estou na equipe. São feitas avaliações, as pessoas às vezes falam, tem que dar oportunidade para outra, mas existem avaliações feitas, e dentro daquela avaliação, eu fui uma menina que foi selecionada dentro das notas que eu faço. Então, eu me prometi que iria até esse momento, até o momento de saúde, tanto física quanto mental, e eu estou muito realizada com o equilíbrio que eu consegui arranjar dessas coisas. Por isso que eu acho que realmente eu ainda vou continuar, porque eu consegui adquirir esse equilíbrio que é difícil um atleta de alto rendimento chegar, mental, físico, e principalmente de experiência, então, a gente ainda vai ter algum tempo aí, mas o meu objetivo é continuar competindo."

Sobre uma possível gravidez aos 33 anos

"Sempre foi um sonho ser mãe, sempre. Eu tenho muito essa característica. Eu perdi minha mãe muito cedo, com 9 anos, e eu tive que amadurecer muito rápido. Acho que eu tenho até mais esse cuidado com as meninas, justamente por causa disso, porque eu sempre quis. Mas, assim, é um sonho, né? Eu vou investir nele também. E eu me sinto muito segura, porque a minha confederação me dá todo apoio para que isso aconteça, sabe? Eles confiam muito em mim, confiam no meu potencial. E é muito legal você sentir isso, né? Que a gente chegou numa situação do esporte, de profissionalismo, de tudo, que te proporciona segurança até nesses momentos."

Sobre o apoio que tem para ser mãe

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"Já vi algumas histórias de meninas que conseguiram [treinar grávidas]. Então acho que é uma questão mais de pesquisar, de entender. Nós temos a ginecologista do Comitê Olímpico, que está sempre ao nosso lado. Então isso também é muito importante, uma ginecologista esportiva que dá muita segurança para todas as atletas. Ela foi na competição, então eu me sinto muito segura, para quando surgir, o momento que acontecer, eu ser orientada da melhor forma. Todos nós temos relógio biológico, a gente sabe disso, mas eu me sinto muito segura para esse momento, eu tenho apoio da minha treinadora, dos treinadores, eu vejo que eu tenho as melhores pessoas ao meu lado para que seja da melhor forma."

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