Ouro dos EUA sem a folga do Dream Team de 92 comprova evolução do basquete

A equipe de basquete dos Estados Unidos conquistou a medalha de ouro após vencer a França na final das Olimpíadas de Paris. O time cheio de estrelas como LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant venceu os seis jogos disputados na capital francesa. Apesar disso, ainda não é possível dizer que esse grupo se iguala ao Dream Team de Barcelona-1992.

O "time dos sonhos" foi reunido com craques como Magic Johnson, Larry Bird, Scottie Pippen e ninguém menos do que Michael Jordan. A menor diferença das oito vitórias nas Olimpíadas de 1992 foi de 32 pontos na final contra a Croácia — o atual elenco conseguiu passar disso somente uma vez, no duelo das quartas contra o Brasil.

Time dos sonhos renovado. E o desempenho?

Do início do século para cá, os EUA atuaram em diferentes campeonatos sem força máxima. Resultado? Derrotas pesadas em torneios importantes — os tropeços nos Mundiais de 2002, 2006, 2019 e 2023 são exemplos.

As próprias Olimpíadas já colocaram água no chope da soberania norte-americana. Em 2004, em Atenas, o país amargou um bronze após perder na semifinal para a Argentina sem craques como Ray Allen, Kevin Garnett e Jason Kidd.

Nos Jogos de 2008 e 2012, a situação mudou, e a convocação dos principais jogadores tirou qualquer dúvida sobre o ouro. Tanto em Pequim quanto em Londres, a equipe não oscilou e ficou com o título sem grandes sustos.

Nos Jogos do Rio-2016 e Tóquio-2020, nomes como LeBron James, Stephen Curry e James Harden foram ausências, mas não fizeram falta: os EUA sobraram e não tiveram o lugar mais alto do pódio ameaçado.

Neste ano, o elenco era o mais forte possível — com exceção do cortado Kawhi Leonard —, mas a situação se inverteu. O novo Dream Team por pouco não perdeu a vaga na final para a Sérvia e, na decisão, chegou a sofrer com a França.

Efeito globalização

Os EUA continuam formando jogadores imbatíveis e fortíssimos, mas a concorrência assombra. Esta edição das Olimpíadas confirmou que o basquete está evoluindo também em outros países.

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A globalização ajuda a explicar o fenômeno: o primeiro prêmio de MVP (jogador mais valioso) da NBA para um estrangeiro só saiu em 2005, com Steve Nash ele ganhou mais um em 2006 e o alemão Dirk Nowitzki cravou seu nome no índice em 2007.

Os dois foram exceções, e o "estrangeirismo" chegou com força a partir de 2019: Giannis Antetokounmpo (Nigéria/Grécia) e Nikola Jokic (Sérvia) empilharam prêmios de MVP nos últimos anos. Apenas Joel Embiid, camaronês naturalizado norte-americano, é o "infiltrado" da casa que alcançou o posto.

A própria recém-finalista França tem cinco jogadores da NBA no elenco, como Rudy Gobert e Victor Wembanyama, eleito o melhor novato da liga na última temporada.

A Sérvia, que quase venceu o renovado Dream Team, tem Jokic. E não para por aí. A seleção da Grécia, que foi superada pela Alemanha de Franz Wagner nas quartas de final, conta com Antetokounmpo.

As próximas Olimpíadas acontecem em Los Angeles, na casa dos EUA, e é claro que a equipe vai querer levar o sexto ouro consecutivo. Embora tenha essa motivação a mais para os próximos quatro anos, a edição de Paris indicam um alerta para o futuro dos EUA, já que as grandes estrelas e, portanto, referências do elenco atual estão com idades avançadas, como é o caso de LeBron James e seus 39 anos, Stephen Curry está com 36 e Kevin Durant, 35.

Veja o comparativo entre Barcelona-92 e Paris-2024

Dream Team - 1992 (Olimpíadas Barcelona)

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Jogo 1 - EUA 116 x 49 Angola
Jogo 2 - EUA 103 x 70 Croácia
Jogo 3 - EUA 111 x 68 Alemanha
Jogo 4 - EUA 127 x 83 Brasil
Jogo 5 - EUA 122 x 81 Espanha
Quartas - EUA 115 x 77 Porto Rico
Semifinal - EUA 127 x 76 Lituânia
Final EUA - 117 x 85 Croácia

Time EUA Paris 2024

Jogo 1 - EUA 110 x 84 Servia
Jogo 2 - EUA 103 x 86 Sudão
Jogo 3 - EUA 104 x 83 Porto Rico
Quartas - EUA 122 x 87 Brasil
Semi - EUA 95 x 91 Sérvia
Final - EUA 98 x 87 França

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