Thaisa se reinventa para se aposentar da seleção com mais uma medalha
A central Thaisa deixa a seleção brasileira de vôlei como uma gigante. Não somente pelos seus 1,96m de altura, mas também pelas conquistas dentro de quadra: foram dois ouros, em Pequim-2008 e Londres-2012, e agora o bronze nas Olimpíadas de Paris.
Ela poderia até ter mais um pódio, a prata em Tóquio, na edição anterior dos Jogos, mas tinha dado um tempo da seleção por causa de seus problemas físicos. A longevidade que conseguiu na carreira é fruto da força de vontade em continuar ajudando a seleção mesmo sendo uma veterana.
Pouco depois dos Jogos do Rio, em 2016, ela sofreu uma grave lesão no joelho esquerdo. Precisou passar por cirurgia e até achou que poderia ser o fim da linha para ela, mas conseguiu voltar a alto nível e até hoje usa uma proteção na perna para evitar que o joelho torça a cada impacto após os saltos.
Se ela havia anunciado que não vestiria mais a camisa da seleção, coube ao técnico Zé Roberto Guimarães convencê-la do contrário em 2023 para contar com seu talento na seleção mais uma vez. Thaisa topou o desafio e foi fundamental para o Brasil na conquista do bronze em Paris.
Vaidosa, Thaisa também passou por uma transformação visual. Durante os Jogos de Paris, torcedores recuperaram imagens da atleta quando começou a atuar pela seleção e compararam com o visual atual dela. Ela costuma dizer que gosta de se cuidar e já fez algumas mudanças estéticas no seu corpo.
Thaisa confirmou que seu ciclo com a seleção brasileira chegou ao fim. Em entrevista à TV Globo após conquistar a medalha de bronze em Paris, a atleta de 37 anos foi às lágrimas ao refletir sobre seus momentos finais com a camisa amarela.
Quando abracei meu marido eu falei isso: 'acabou'. Ele não tinha entendido o 'acabou'. É um acabou de encerrou o ciclo. Foi uma vida dentro da seleção, tanto de base quanto adulta. Só a gente que está aqui sabe tudo que a gente passa, tudo que tem que superar e aguentar para estar aqui. Não é fácil. E acabou agora Thaisa, à TV Globo
A veterana abraçou o papel de líder do grupo e também foi abraçada pelas atletas mais jovens. Thaisa relatou que atletas mais jovens falavam em esforço especial para ganhar uma última medalha olímpica para ela.
Nunca vi um grupo tão dedicado, querendo tanto. A minha geração lá atrás também queria, mas é diferente. Sinto uma gana diferente desse grupo muito novo, se encontrando. Tenho certeza que elas vão fazer acontecer, tenho muito orgulho de fazer parte disso. Mas dói né. Estou feliz e triste ao mesmo tempo. Só tenho que agradecer demais a esse grupo que me acolheu com muito amor e carinho. Elas nunca pensaram em outra geração, pelo contrário, me acolheram como se eu fizesse parte daquilo ali. Elas me abraçaram, eu era 'mami' mesmo delas, e foi maravilhoso enquanto durou
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