Colar, abraço em Marta e coragem: como Arthur Elias mudou a seleção

Se as vitórias costumam ter vários símbolos e explicações, a campanha da medalha de prata da seleção brasileira, mesmo com a derrota na final, também tem as suas. A história da primeira medalha do futebol feminino desde 2008 envolve um colar, um abraço e um treinador que conseguiu injetar coragem em suas jogadoras.

Primeiro, veio o colar

Na preparação para os Jogos Olímpicos, uma palestrante mostrou à comissão técnica um colar em apresentação a jogadoras e ao técnico Arthur Elias sobre como construir uma mentalidade vencedora. Durante o torneio, o treinador encomendou várias peças.

Na manhã deste sábado, antes de irem para o Parque dos Príncipes para a final, as jogadoras receberam os acessórios. No pódio, todas usavam.

Depois, veio o abraço

Entre o apito final e o pódio, a cena mais marcante foi protagonizada por Marta e Arthur Elias. Em sua sexta participação olímpica, a camisa 10 chegou à terceira medalha de prata. Quando tudo acabou, ela e o técnico se abraçaram na saída do campo longamente.

"O que eu mostrei ali foi a minha gratidão pelo que ela fez pra esse grupo, e por ter a oportunidade de poder trabalhar com ela. Era um abraço para uma pessoa que é um fenômeno, que é um ídolo do nosso país e que merecia ser muito abraçada hoje", disse o técnico Arthur Elias.

Logo após, Marta indicava que não jogaria na Copa de 2027, talvez nem mais na seleção em jogos oficiais.

E, o tempo todo, houve coragem.

A seleção brasileira passou pelos Jogos Olímpicos de Paris com uma ideia na cabeça: não baixar a cabeça para ninguém. "A minha expectativa era ser campeão olímpico", disse Arthur Elias. "Sempre coloquei isso pro grupo. Era colocar o Brasil no patamar que o futebol feminino merece".

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Pode parecer um clichê. Mas não para um time completamente desacreditado, cuja seleção fora eliminada na primeira fase da Copa-2023 e que tivera duas derrotas na fase e grupos.

Mas, em uma campanha improvável, o Brasil se tornou muito duro de ser batido nos mata-matas. Ganhou da dona da casa França não importa quantos acréscimos fossem dados. E meteu quatro nas campeãs do mundo Espanha.

No final, houve uma prata, choros e esperança.

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