Doping, nome falso, fúria... quando e como atletas perdem suas medalhas
Do UOL, em Paris
11/08/2024 19h46
O caso de Jordan Chiles na ginástica trouxe à tona momentos em que as medalhas foram retiradas nos Jogos Olímpicos. A norte-americana pode ter que devolver seu prêmio, já que o CAS (Corte Arbitral do Esporte) decidiu alterar sua nota no solo, passando o bronze para a romena Ana Barbosu.
Neste domingo, os EUA apelaram contra o recurso apresentado pelos romenos, e o veredito deve sair nos próximos dias.
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O que aconteceu
Ao longo de mais de um século de competições, situações inusitadas fizeram com que atletas fossem punidos. A ampla maioria por doping revelados depois dos eventos. De acordo com levantamento do "O Globo", há um total 159 devoluções de medalhas por exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Entre os casos incomuns, além da revisão da nota na ginástica, já houve mau comportamento, violação das regras de amadorismo e até nome falso.
Fugiu da luta
Nas Olimpíadas de 1952, em Helsinque, o boxeador sueco Ingemar Johansson evitou ao máximo o contato com seu oponente nos dois primeiros rounds. Dias depois, admitiu que não queria o combate para tentar cansar o rival. No fim, perdeu a luta e também a medalha de prata, como punição.
No entanto, trinta anos depois, o COI decidiu entregar uma nova medalha para Johansson, por considerar que a atitude dos árbitros, à época, não foi correta.
Nome falso?
Mais um caso do boxe ocorreu com Jack Egan. Ou melhor, Frank Joseph Floyd. O norte-americano se registrou nas competições com o nome falso. Quando foi descoberto, a AAU (Amateur Athletic Union) o fez devolver as medalhas de prata e bronze, conquistadas nos Jogos de 1904.
Regras do amadorismo
Já Jim Thorpe recebia dinheiro para jogar beisebol, de acordo com investigação do órgão, e descumpriu as regras do amadorismo. Com isso, não pôde ficar com suas medalhas de ouro no pentatlo e no decatlo dos Jogos Olímpicos de 1912.
Mau comportamento
Também teve casos de "castigo" aplicado pelo COI a Ibragim Samadov, da Equipe Unificada (ex-União Soviética), em Barcelona 1992. Irritado por não conseguir levantar o peso suficiente para o ouro, ele atirou a medalha de bronze no chão após o pódio. Em seguida, teve que devolvê-la.
Assim como o sueco Ara Abrahamian, nascido na Armênia, que não concordou com a decisão dos juízes na luta greco-romana e protestou jogando a medalha longe.
Soldado ou tenente?
Em 1948, a Suécia já havia sido envolvida em um caso suspeito. Gehnäll Persson, um dos adestradores do hipismo, fora promovido a tenente dias antes dos Jogos Olímpicos. Como só podiam competir oficiais de patente, a movimentação foi considerada inválida e o ouro da equipe, retirado.