Rafael Macedo detalha custos para competir no judô: 'Quimono é R$ 2.000'
Colaboração para o UOL, em São Paulo
12/08/2024 17h29
O judoca Rafael Macedo, medalhista de bronze em Paris com a equipe brasileira de judô, relatou sacrifícios necessários para ser um atleta olímpico.
O que aconteceu
Macedo detalhou a importância de investimento financeiro para obter resultados esportivos. O judoca falou sobre esse e outros aspectos importantes a atletas de alto rendimento durante participação no programa Os Donos da Bola, da Band, desta segunda-feira (12).
"Um quimono é quase R$ 2.000". Macedo destacou os altos gastos com um item essencial para seu trabalho, e que não pode ser reutilizado muitas vezes.
(Dinheiro) faz muita diferença, com certeza. Posso investir em mim mesmo. Um quimono é quase R$ 2 mil. Nem sei quantos uso no ano. A gente usa, lava, mas o quimono tem validade. Ele vai ficando velho, o azul perde um pouco a cor. Enfim, e outros custos também. A gente tem que investir muito alto para ganhar uma medalha, até para chegar numa Olimpíada. Alimentação, uma casa confortável, uma cama boa Rafael Macedo, ao 'Os Donos da Bola'
O que mais Rafael Macedo disse
Ciclo olímpico: "Sou do clube da Sogipa, em Porto Alegre, e tenho o salário deles. A gente tem o apoio da bolsa atleta do governo. E as viagens fazemos através da CBJ. Mas são muitas viagens, muita competição, é um custo muito alto. Para classificar no judô, é um ranking internacional. A gente tem que competir no circuito mundial para dois meses antes da Olimpíada estar entre os 18 do mundo. Essa medalha aqui, ganhei, legal, mas quando for para Los Angeles tenho que fazer tudo de novo. É um processo de quatro anos de competição, treinamento, alimentação, moradia, transporte, tudo que envolve para o atleta treinar e se dedicar"
Trajetória: "Fico muito feliz com o reconhecimento. É uma vida dedicada a isso aqui. Faço judô a mais de 20 anos. Comecei em São José, depois fui para São Paulo, Porto Alegre. Foi minha segunda participação olímpica. Perdi a luta no Japão, voltei ao Brasil, consegui classificar para Paris e fiquei em quinto no individual. Na equipe fui lá e consegui ajudar. Essa medalha é histórica para o judô brasileiro".
Torcida: "Agradecer a torcida de todo mundo, o apoio. É muito legal ver a galera torcendo e se envolvendo. Muita gente falando que viu minha luta, pedindo para tirar foto, muito legal esse carinho. Eu lutei lá, mas essa medalha não é só minha, é de todo mundo. Do povo brasileiro. O judô do Brasil é muito forte, a gente merecia essa medalha, e pode conquistar muito mais. O judô brasileiro é uma potência mundial".