Rosamaria diz que superou 'luto' por bronze e se emocionou com Zé Roberto

O fim do sonho do ouro em Paris precisou ser rapidamente digerido pela seleção feminina de vôlei. A equipe teve que engolir as frustrações, superar a decepção da derrota na semi e se reerguer para voltar à quadra em 48h em busca de não se despedir da França sem medalha. Uma das estrelas do Brasil, Rosamaria destacou que o grupo não só "viveu o luto" de não ir à final como também se emocionou com o simbólico choro de Zé Roberto com a conquista do bronze.

O choro dele fala muito sobre a importância de uma Olimpíadas, de uma medalha. Ele já viveu nove Olimpíadas, é multicampeão, mas nunca deixa de se emocionar. Mostra muito a importância de cada jogo, que cada experiência olímpica é diferente. Ver ele, com toda a vivência, o quanto ainda se emociona por representar o país, passa para a gente o quanto temos que dar valor por tudo. Rosamaria Montibellier

O técnico Zé Roberto chorando após a conquista do bronze do vôlei feminino nas Olimpíadas de Paris
O técnico Zé Roberto chorando após a conquista do bronze do vôlei feminino nas Olimpíadas de Paris Imagem: Reprodução/Globoplay

Depois que Thaisa mandou a bola ao chão para marcar o 25º ponto brasileiro no quarto set, fechando a vitória por 3 a 1 contra a Turquia, as jogadoras explodiram de felicidade. No banco de reservas, o histórico treinador adotou atitude diferente. Sentado, sozinho, deixou a emoção tomar conta e se manifestar em lágrimas. Uma outra forma de comemorar mais uma medalha olímpica na carreira, sua quinta como técnico.

A gente ficou muito emocionada também porque ele não cansa de querer dar o melhor pelo país, e mostra a importância de trazer a medalha para casa. Uma medalha muito especial, ele falou com a gente sobre isso depois da semi, de erguer a cabeça, buscar o bronze. Isso só mostra o quanto ele é comprometido com o trabalho dele e estava buscando trazer essa medalha.

Rosamaria comemora ponto do Brasil no jogo contra os EUA, nas Olimpíadas de Paris
Rosamaria comemora ponto do Brasil no jogo contra os EUA, nas Olimpíadas de Paris Imagem: Lintao Zhang/Getty

A reação de Zé Roberto sensibilizou as atletas e provou que, embora o objetivo fosse o ouro, estar no pódio olímpico deve ser celebrado, independentemente da posição. O grupo sabia que tinha condições de chegar na final, que não veio após jogo duríssimo e no tie-break contra os EUA, e acreditava no título. "Mas se não foi, não era para ser", desabafou Rosa. Faz parte do esporte. Passado o "luto", restava comemorar, e muito, o bronze.

Acreditávamos do início ao fim que poderíamos ser campeãs olímpicas, até mais que em Tóquio [ficaram com a prata]. A gente viveu esse luto porque a gente acreditava que viria, mas é o esporte, é a vida, nem sempre o que a gente quer acontece. É difícil de aceitar, mas temos que tirar um ensinamento e celebrar nosso bronze. Esse gostinho que a gente poderia ter chegado lá fica, lógico, mas é comemorar o bronze, que foi a nossa conquista.

Aos 30 anos, a atleta é um dos principais nomes da modalidade e disputou sua segunda edição de Olimpíadas. Já experiente, ela assumiu o papel de se tornar uma das líderes do grupo e projeta o caminho para o próximo ciclo — que, inclusive, já começou. Rosamaria mira Los Angeles-2028 como a possibilidade de completar seu trio de medalhas. Já tem uma prata e agora o bronze; só falta a de ouro.

A corrida para Los Angeles já começou, temos que pensar lá. São quatro anos que passam muito rápido. Não é fácil entrar no grupo seleto das Olimpíadas, tenho que me preparar desde já. Aproveitar agora para descansar e depois completar o trio de medalhas com o ouro, para ficar bem bonito. O caminho é longo, difícil, mas já começo a pensar. Rosamaria Montibellier

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