'Mulheres são f...': Medalhistas em Paris exaltam força feminina do Brasil

As mulheres abrilhantaram a campanha brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris. Foi por meio da força das atletas que o Time Brasil pintou de dourado sua participação no quadro de medalhas. Virou a 'Olimpíada das mulheres brasileiras'. E nada mais justo. O feito, inclusive, é comemorado e motivo de orgulho pelas responsáveis.

Os três ouros do Brasil vieram delas. De todas as 20 medalhas brasileiras, 12 foram conquistadas por mulheres — outras sete por homens e uma mista (judô por equipes, com o bronze garantido por Rafaela Silva). Responsáveis por trazerem a última dourada da França, Ana Patrícia e Duda exaltaram o legado da representatividade feminina desta edição dos Jogos.

Duda e Ana Patrícia, campeãs olímpicas no vôlei de praia das Olimpíadas de Paris
Duda e Ana Patrícia, campeãs olímpicas no vôlei de praia das Olimpíadas de Paris Imagem: Marcelo Maragni

Muito se falou sobre sobre ser a Olimpíada das mulheres brasileiras. E desde que acabou e a gente começou a entender em números realmente o que isso representou, a gente se sentiu muito honrada. Porque a gente sabe das batalhas que a gente já travou no passado, trava hoje em dia e que ainda vai travar pelo nosso espaço. Ana Patrícia

E o poder das mulheres, as mulheres são f... demais. Duda

A delegação brasileira teve maioria feminina pela primeira vez na história, com 153 mulheres, totalizando 56%. Aliás, foram elas que abriram e que fecharam a participação do Brasil no evento na França. Os Jogos de Paris contaram com um considerável aumento na quantidade de mulheres, apesar de não ter atingido a prometida equidade.

Foram aproximadamente 150 homens a mais contando todos os participantes, mas uma diferença menor que a de mais de mil na edição do Rio de Janeiro, há oito anos. Um avanço, embora precise se manter contínuo, e que simboliza que o lugar da mulher é, sim, no esporte, se assim ela quiser. Além de combater o preconceito e servir de inspiração.

É muito importante essa representatividade para que as pessoas entendam e incentivem. Eu tive uma infância onde se tinha muito preconceito com mulheres que praticavam esporte. Então, ocupar o espaço que a gente está ocupando, mostrar para outras pessoas e ter isso como incentivo, eu acho que tem um valor imensurável. Para além da conquista de uma medalha e tudo mais, acho que esse legado que fica para outras mulheres e para o incentivo ao esporte feminino também é uma coisa fantástica Ana Patrícia

Rosamaria é abraçada após marcar ponto em Brasil x Polônia no vôlei feminino das Olimpíadas
Rosamaria é abraçada após marcar ponto em Brasil x Polônia no vôlei feminino das Olimpíadas Imagem: Steph Chambers/Getty Images

A força feminina do Brasil foi assunto entre as mulheres em Paris. Rosamaria contou que as atletas da seleção de vôlei conversam entre si sobre o assunto. Era mais do que comum ver mulheres apoiarem praticantes de outras modalidades nas arenas e ginásios na capital francesa. As medalhas das brasileiras vieram para coroar e dar eco à representatividade, provando que é um caminho sem volta.

Continua após a publicidade

Sim [conversávamos sobre ser as Olimpíadas das mulheres]. A gente sabe o quanto é importante mostrar que espaço de mulher é onde ela quiser, que pode estar ali e o quanto é importante a participação nos Jogos. Não chegou a ser de equidade, mas está crescendo, a gente representa a força e o sonho dessas meninas Rosamaria

É muito importante mostrar essa força refletido nas medalhas e na luta de todas, cada dia mais buscando abrir caminhos, espaços, mostrando que podemos e que o esporte é para mulheres. Essas conquistas vêm só coroar esse caminho. Tem melhorado, mas ainda tem muito a crescer até ter um incentivo igual. Essas conquistas representam muito

Deixe seu comentário

Só para assinantes