Isaquias diz que família motivou 'arrancada' e aponta erro que custou ouro

Convidado do programa Mais Você, da TV Globo, na manhã desta terça-feira (20), Isaquias Queiroz explicou de onde veio o gás extra para a arrancada final na prova que lhe rendeu a medalha de prata e ainda apontou o erro que custou o ouro.

O que ele disse

Motivação extra. "Em Paris, aquela arrancada foi pensando nisso [família]. Estou aqui e não posso sair sem medalha, eles estão aqui e querem ver isso. Então isso deu energia no final para eu poder ganhar a medalha".

Erro que custou o ouro. "Acho que deixei a prova sair do controle entre os 400 metros iniciais e os 700. Ficou muito longe. Cheguei bem perto do barco dele [primeiro colocado]. Se você vai muito rápido, não chega. Se vai lento, fica muito atrás. Então tem que ter um meio termo ali. Você tem que saber controlar essa questão".

Méritos para a esposa. "Hoje eu tenho oportunidade de treinar, chegar em casa, encontrar minha esposa, meus filhos. Algumas pessoas disseram: 'Será que um filho não vai atrapalhar o rendimento?'. Ela sempre teve essa questão de assumir a responsabilidade. 'Vou pegar o Sebastian aqui, tá chorando de madrugada'. Todo sofrimento que a gente vem tendo... É um pelo outro. A gente se dedica bastante no dia a dia e só tenho a agradecer minha esposa".

O que aconteceu

O canoísta brasileiro conquistou em Paris a medalha de prata no C1 1000m da canoagem velocidade, sua quinta medalha olímpica.

O baiano de 30 anos teve uma recuperação excepcional na arrancada final no Est. Náutico, passou três adversários e terminou em segundo, com o tempo de 3min44s33, atrás apenas do tcheco Martin Fuksa, que fez 3min43s16.

O que mais ele disse

Nunca chorou tanto como no Mundial de 2014. "Direto eu viro [a canoa]. No Mundial de 2014, na Rússia, no finalzinho, eu virei a canoa [prova do C1 1000m]. A perna não sustentou o peso. O corpo foi caindo em cima da canoa e eu virei. Faltava um pouco para ganhar a medalha de ouro. Chorei muito... Nunca chorei tanto na minha vida. Mas no dia seguinte tive que me recompor porque eu tinha outra prova, aí ganhei ouro no C500".

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É preciso sorte na canoagem. "Quando a gente viaja, a pessoa fala: 'boa sorte'. Tem alguns que falam: 'não preciso de sorte não'. Claro, você treinou, vai fazer o que treinou. Mas eu necessito da sorte por quê? Porque eu pratico ao ar livre, e o ambiente não está no nosso controle. Em Tóquio, tinha vento de frente e onda. Mas quando tem um vento nas costas, ajuda. Nessa, tinha vento nas costas. O que atrapalha é quando é vento lateral. O da direita, me favorece. O da esquerda, me atrapalha. Então tudo isso influencia bastante".

Cinco medalhas olímpicas. "É muito especial. Eu tenho um monte de medalha mundial, são 18, mas eu olho as cinco medalhas olímpicas e falo: 'aonde eu cheguei'. Ir para uma Olimpíada já é difícil, imagina chegar a cinco medalhas olímpicas. Fico feliz de estar no mesmo patamar do Robert Scheidt e Torben Grael".

Fã de Dragon Ball Z. "Dragon Ball está na veia do brasileiro. Eu vejo junto com meu filho. A gente saía do treinamento correndo para assistir. Eu já tinha feito [Kamehameha, ataque da série] em Tóquio... 'Pai, tem como fazer?'. 'Mas eu já fiz'. Aí eu tive que fazer de novo".

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